Corumbá (MS)- O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) adiou para o dia 10 de junho o julgamento de uma ação movida contra o prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes, e outros dois servidores públicos envolvidos na campanha eleitoral de 2020, na qual Iunes foi reeleito.
O julgamento, que estava previsto para esta terça-feira (4), foi adiado a pedido do relator do caso, juiz José Eduardo Chemin Cury. O prefeito é acusado de crimes de corrupção eleitoral e falsidade ideológica eleitoral, praticado reiteradamente por 31 vezes consecutivas e que podem render ao atual prefeito 9 anos de prisão, multa, além de inelegibilidade por até 8 anos.
A ação foi movida pela Procuradoria Regional Eleitoral, que em 2023 apresentou denúncia contra Iunes, apontando 31 situações em que o prefeito teria cometido delitos eleitorais. A denúncia também inclui o servidor comissionado Marconi de Souza Junior e a ex-secretária-adjunta de Saúde Mariluce Gonçalves Leão como coautores dos crimes.
O caso teve origem em um inquérito da Polícia Federal, que abordou Marconi de Souza Junior ao sair do diretório de campanha do PSDB em Corumbá. Na abordagem, os policiais encontraram com ele uma planilha contendo números de títulos de eleitor, seções e zonas eleitorais de eleitores corumbaenses, além de R$ 7.750,00 em espécie, divididos em porções de R$ 250,00.
Também foram apreendidas listas com nomes, telefones e bairros de pessoas, material de campanha de Marcelo Iunes e dos vereadores Yussef Salla, Allex Dellas e Manoel Rodrigues, juntamente com cópias de requisições de exames médicos e assistência para pacientes.
A Procuradoria Regional Eleitoral denunciou Iunes por crimes de corrupção eleitoral e falsidade ideológica, acusando-o de cometer os crimes mencionados, reiteradamente por pelo menos 31 vezes com a participação de Marconi e Mariluce Gonçalves.
A denúncia aponta que a compra de votos incluía a distribuição de dinheiro, cestas básicas, remédios e a antecipação de exames e procedimentos médicos realizados por um laboratório de propriedade do irmão e da esposa do prefeito, com Marconi e Mariluce operando o esquema.
Durante a investigação, Marconi tentou destruir seu celular ao ser conduzido à delegacia, mas a quebra do sigilo telefônico revelou indícios de uma associação criminosa formada por agentes públicos e políticos praticando crimes eleitorais em Corumbá, especialmente a compra de votos.
Falsificação de Documentos
Além da Compra de votos em Corumbá, o prefeito Marcelo Iunes foi denunciado, também, pela prática do crime eleitoral previsto no artigo 350, ao ter, segundo as investigações da PF, mentido em sua declaração de prestação de contas referente a contratação de cabos eleitorais que trabalharam ao longo da campanha eleitoral.
Os indícios apontam que cabos eleitorais eram contratados “por fora” e não apareceriam nas prestações de contas para não ultrapassar o teto de gastos estipulado pela justiça eleitoral.
O esquema, contava ainda com diversos vereadores que foram reeleitos, o secretário de governo Luis Antônio (Pardal) e pelo atual líder do governo na Câmara. (este processo foi desmembrado e segue em fase final de investigação).