Investigado pelo Gaeco, foi escolhido por Iunes para administrar Santa Casa de Corumbá

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Adriano Antônio Pires foi a indicação do Prefeito Marcelo Iunes para gerir os recursos da Santa Casa de Corumbá
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  • Post publicado:18 de agosto de 2022

Corumbá (MS)- Documentos que a reportagem do Folha MS teve acesso, revelam critérios bem peculiares adotados pelo atual prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes, para escolha do presidente da Junta administrativa que, por quase dois anos, geriu os recursos, e comandou a junta interventora que administra a Santa Casa de Corumbá.

Após uma decisão judicial obrigar o prefeito a exonerar seu irmão do cargo, a escolha adotada por Iunes, responsável por indicar e nomear quem administraria o único hospital público da região, chama a atenção, no mínimo, por ir na contramão da boa prática da administração pública.

A solução encontrada por ele, após a saída de um membro da sua família, foi indicar Adriano Antônio Pires, apontado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), como participante de um esquema criminoso que teria promovido o desvio de recursos públicos em entidades culturais de Mato Grosso do Sul.

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Adriano que já ocupava cargo em comissão de assessoria direta ao gabinete do Prefeito, foi nomeado por decreto no dia 07 de dezembro de 2020, para assumir a presidência da Junta Interventora da Santa Casa de Corumbá.

Ainda de acordo com as investigações do GAECO, a que a reportagem teve acesso, Adriano seria uma das peças fundamentais no esquema investigado por meio de um inquérito criminal, com o objetivo de apurar a conduta dos investigados por corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de capitais, tráfico de influência e peculato.

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Adriano não possui certidão negativa de antecedentes criminais na justiça estadual de MS onde consta contra ele, ação penal pelo crime de Peculato

Procurado

Chama a atenção no processo, a dificuldade da justiça em localizar o réu, abrigado sob um dos mais de 540 cargos comissionados na prefeitura de Corumbá, para que o mesmo pudesse ser intimado, vezes a prestar esclarecimentos e defesa das acusações, vezes para ser notificado sobre os procedimentos da investigação.

Com diversos endereços fornecidos e que de acordo com os cumprimentos, em alguns deles, as pessoas indicavam nunca terem ouvido falar no nome do investigado. Foi então que se iniciou uma busca ativa para achar o paradeiro de Adriano.

O poder judiciário chegou inclusive, a expedir carta precatória a ser entregue na Santa Casa de Corumbá, e na Prefeitura Municipal, com o objetivo de intima-lo a respeito do inquérito.

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Caos e Auditoria

A má gestão da junta indicada por Marcelo Iunes, em especial na sua última configuração chefiada por Adriano, teria levado a instituição a um verdadeiro caos, motivando uma intervenção do Ministério Público Estadual que recomendou a exoneração da sua composição e a formatação de uma nova junta, desta vez composta por membros distintos, e não exclusivamente indicados pelo chefe do executivo corumbaense.

Uma auditoria também foi solicitada e efetuada sob o comando de auditores da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul, que revelaram uma verdadeira farra com o dinheiro público em contratos suspeitos de superfaturamento, compra de equipamentos eletrônicos para uso pessoal, inúmeras contas de investimentos e pagamento de prestação de serviços que não foram encontrados na unidade.

Logo após a sua exoneração da Santa Casa, Adriano ainda foi novamente abrigado em cargo comissionado em nova nomeação do Prefeito Marcelo Iunes, mas o mesmo teria deixado a cidade logo após a divulgação do relatório da auditoria e as inúmeras irregularidades.

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Adriano teria deixado a cidade logo após a divulgação do relatório da auditoria

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