Autor de sequestro na capital morre em confronto com a Polícia

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Autor morreu em confronto com a Polícia na manhã desta segunda-feira

Fichado desde os 14 anos, João Victor Rodrigues da Silva, de 20 anos, um dos suspeitos de participação no sequestro de uma mulher, de 50 anos, ocorrido fim de semana, no Bairro Itanhangá Park, morreu na manhã desta segunda-feira (20).

Ele foi baleado em confronto com policiais do Batalhão de Choque e do Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), na Rua Daniela Perez, no Residencial Betaville.

Conhecido como Neguinho, o rapaz colecionava passagens pela polícia por vários crimes como tentativa de homicídio, furto, receptação, lesão corporal, dano ao patrimônio, tentativa de furto, receptação, roubo e lesão corporal.

João Victor tinha apenas 14 anos quando foi apreendido pela primeira vez por dano ao patrimônio público. Ele era procurado pelo crime de sequestro seguido de extorsão desde ontem (19), quando o comparsa dele, Claudinei dos Santos de Oliveira, 29 anos, foi preso.

Em depoimento no fim de semana à polícia, a auxiliar de serviços gerais, de 38 anos, mãe de João Victor, contou que ele acabou se envolvendo com a criminalidade por causa das más companhias, no ano passado, esteve preso, mas atualmente estava casado com a mãe do filho dele e trabalhando como ajudante de carga e descarga de caminhonete.

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João Vitor chegou a ser socorrido e encaminhado para a Santa Casa, mas não resistiu e morreu. Um terceiro envolvido indiretamente no sequestro acabou preso

O caso

A moradora do Bairro Itanhangá Park foi mantida em refém por cerca de 40 minutos na noite de sábado (18), em Campo Grande. Claudinei dos Santos de Oliveira, de 29 anos, foi preso pelo crime e João Victor estava sendo procurado pela polícia.

Claudinei detalhou que conheceu há pouco mais de 1 mês João Victor, os dois são dependentes químicos e faziam o uso de drogas juntos. No sábado, relatou, a caminho de festa na casa do avô de João Victor, tiveram a ideia de levantar dinheiro, praticando roubo. Os dois seguiam em um Fiat Uno, de cor azul, que pertence à ex-mulher de Claudinei. Segundo ele, a mulher não sabia que ele havia pegado o carro dela.

Os dois, então, passaram a percorrer as ruas da cidade caçando vítimas, quando avistaram mãe e filha em uma padaria. Elas foram seguidas e abordadas assim que entraram na garagem de casa, no Bairro Itanhangá Park. Dentro do imóvel, o empresário de 61 anos, esposo da mulher, também foi rendido.

Roubo e sequestro

Claudinei disse que enquanto roubava as coisas de valor, João Victor fazia a segurança do lado de fora. Foi quando o comparsa informou que o vigilante havia percebido a movimentação e os dois decidiram ir embora levando a vítima como refém, por acreditar que a polícia já havia sido acionada, segundo depoimento de Claudinei.

Ele saiu levando o Fiat Uno, enquanto João Vitor foi com a refém dirigindo o Audi da família. Eles seguiram para o Bairro Pacaembu, na região da Guaicurus. Como não conseguiram levantar o dinheiro que queriam no local, tiveram a ideia de ligar para o marido da vítima exigindo R$ 50 mil para libertá-la.

Desesperado, o homem informou que tinha apenas R$ 18 mil e um relógio Rolex. Os dois aceitaram a oferta e marcaram encontro com o empresário. Na primeira tentativa, o plano deu errado porque havia muitos policiais na região. Durante toda a negociação, os bandidos ameaçavam o empresário, dizendo para não envolver polícia, caso contrário, matariam a mulher.

Resgate

O esposo da vítima, então, foi orientado a levar o dinheiro no Bairro Campo Alto, na Rua Professor Odete Trindade Benites, próximo a uma conveniência. Lá, a quantia e o relógio foram entregues para um “noiado”, segundo relatos de Claudinei, que recebeu R$ 50 para pegar o pacote com o dinheiro e entregar para a dupla.

Na sequência, foi feita ligação informando que a refém seria solta no Bairro Tiradentes. Porém, a vítima foi encontrada pelos policiais do Choque, por volta das 3h30, na Rua Darwin Dolabani, no Bairro Itamaracá. O carro dela, o Audi, foi encontrado abandonado na Rua Santina Delfino Sanches, mesmo endereço da casa onde a vítima ficou refém.

O carro usado para cometer o crime, um Fiat Uno azul também foi apreendido. Na tentativa de se livrar das provas do sequestro, Claudinei, conhecido como Carcaça, contratou um guincho para levar o carro usado no crime e chegou a ameaças a ex-mulher para que ela ajudasse a pagar pelo serviço.