Corumbá (MS)- Onze dentistas do Centro Municipal de Especialidades Odontológicas (CEO) de Corumbá, investigados pela Polícia Federal (PF) por fraudarem o ponto eletrônico e receberem salários integrais sem cumprir a carga horária, continuam em seus cargos, mesmo após a Operação Esculápio ter revelado o esquema e prejuízos financeiros e no atendimento à população.
A investigação, que apontou um prejuízo de R$ 6 milhões aos cofres públicos e atrasos de até três meses no atendimento à população, gerou indignação na população, mas aparentemente, nenhum constrangimento por parte da administração municipal.
Pacientes que necessitavam de procedimentos odontológicos básicos enfrentavam longas filas de espera devido à falta de profissionais disponíveis, enquanto os dentistas investigados marcavam presenças de apenas cinco minutos, nas unidades.
Apesar da gravidade das acusações e do impacto negativo na saúde da população, a Prefeitura de Corumbá, sem nenhum constrangimento, optou por não tomar medidas imediatas contra os servidores investigados.
Mesmo tendo sido amplamente divulgada por diversos meios de comunicação da cidade e também do estado, a prefeitura justifica a decisão alegando que ainda não foi formalmente notificada sobre o teor das investigações e que aguarda o andamento do inquérito policial.
Uma nota com as informações sobre a decisão pela manutenção dos servidores, mesmo diante da Operação da Polícia Federal, foi enviada ao Jornal Correio do Estado, porém, à população, nenhuma nota ou justificativa foi divulgada no site institucional da Prefeitura até a publicação desta matéria.
A decisão de manter os dentistas em seus cargos, mesmo diante das graves acusações, alimenta a desconfiança da população e levanta dúvidas sobre o compromisso da Prefeitura com a ética e a responsabilidade com o serviço público.
Operação Esculápio
Na última sexta-feira, 19 de abril, a Polícia Federal deflagrou a Operação Esculápio, com o objetivo de combater fraudes ao ponto eletrônico de profissionais de saúde da Prefeitura Municipal de Corumbá.
Segundo as investigações, 11 servidores públicos da área de saúde do município reiteradamente fraudam seus pontos eletrônicos não cumprindo a carga horária contratada pela prefeitura municipal. Em alguns casos a permanência do profissional na unidade de saúde do Centro Municipal de Especialidade Odontológica (CEO) foi de apenas 5 minutos.
Além do prejuízo indireto causado pelo retardamento no atendimento à população local, estima-se que o prejuízo direto aos cofres seja da ordem de R$ 6.000.000,00.
Na ação, cujos mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Corumbá, foram sequestrados bens móveis avaliados em R$ 1.500.00,00 e bens imóveis avaliados em R$ 5.000.000,00.
Os investigados poderão responder por estelionato, peculato e peculato eletrônico.