Jorge Luiz Fernandes, que é chefe de gabinete do vereador Carlos Bolsonaro desde 2018, teria recebido R$ 2.014 milhões em depósitos provenientes das contas de seis servidores. As informações foram obtidas pelo Ministério Público do Rio e divulgadas pelo jornal O Globo, nesta quarta-feira (3/5).
Fernandes teria usado também cotas pessoais para pagamentos de despesas de Carlos. Uma investigação agora procurará determinar se esses pagamentos foram eventuais ou regulares.
Se a frequência se confirmar, pode provar que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se beneficiou do desvio dos salários dos próprios servidores do gabinete.
Abaixo seguem os valores que teriam sido passados a Fernandes, entre 2009 e 2018 (os nomes dos pagadores foram preservados):
- R$ 647 mil, em 219 lançamentos;
- R$ 101 mil, em 11 lançamentos;
- R$ 814 mil, 304 lançamentos;
- R$ 212 mil, em 53 lançamentos;
- R$ 52 mil, em 18 lançamentos; e
- R$ 185 mil, em 83 lançamentos.
O laudo produzido já seria suficiente para imputar o crime de peculato ao chefe de gabinete.
Marta Valle segue sendo um dos maiores alvos do MP, ela é cunhada de Ana Cristina Valle (mãe de Renan Bolsonaro, filho “04 de Bolsonaro”). Ela passou sete anos e quatro meses lotada no gabinete de Carlos.
Segundo o laudo do MP, Marta fez, entre junho de 2005 e março de 2009, um total de R$ 364 mil em saques com cartão logo após receber o salário. O salário dela na época estava cotado em R$ 17 mil, com auxílios.