MPF cobra da prefeitura informações sobre repasses feitos à Santa Casa de Corumbá

quatro óbitos em Corumbá
Unidade recebeu a maior parte dos recursos destinado ao combate da pandemia
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  • Post publicado:21 de setembro de 2021

Corumbá (MS)- O Ministério Público Federal enviou ofícios à Prefeitura de Corumbá e para Associação Beneficente de Corumbá, solicitando informações sobre os repasses feitos com recurso federal destinados pelo poder executivo à Santa Casa durante o período da Pandemia.

O pedido por esclarecimentos foi uma solicitação encaminhada através de requerimento parlamentar feito pelo Deputado Estadual Evander Vendramini ao órgão de controle federal, solicitando informações precisas sobre o uso dos recursos recebidos pela Prefeitura de Corumbá durante a pandemia e que teriam sido destinados à Santa Casa do município.

O pedido foi embasado entre outros motivos, pelo fato das constantes notícias e denúncias feitas pelos sindicatos dos profissionais de saúde, que relataram atrasos de salários de enfermeiros e médicos na unidade, mesmo sendo de conhecimento que a unidade foi beneficiada com repasses milionários destinados ao combate da pandemia.

Na oportunidade, Evander informou que teria recebido denúncias sobre outros problemas que estariam afetando a prestação do serviços no único hospital que realiza atendimento pelo SUS na região.

“Em razão da pandemia de Covid, muitos recursos foram repassados. Portanto, qual o motivo de não pagar os plantões? Não são apenas reclamações dos salários dos médicos, mas dos demais profissionais que atuam no hospital. Além disso, recebemos denúncias sobre a qualidade da alimentação que é servida”, disse o deputado.

Em sua conta em uma rede social o parlamentar republicou a resposta enviada pelo órgão de controle federal, e afirmou estar trabalhando pela transparência.

Resposta do MPF

O Ministério Público Federal respondeu o ofício, informando que já teria notificado, tanto a Prefeitura Municipal como a direção da Santa Casa para que apresentem as informações solicitadas e aguarda o retorno para reencaminhar os esclarecimentos recebidos.

Recursos

A unidade foi uma das mais que receberam repasses destinados ao combate da Covid-19 nos anos de 2020 e 2021. Em dezembro do ano passado, uma reportagem do Folha MS mostrou que a Santa Casa ainda sob a gerência do irmão do prefeito Marcelo Iunes, posteriormente forçado a deixar o cargo por uma determinação judicial, teria recebido mais de R$ 13 milhões de reais.

Neste período, apesar da chegada de um aporte financeiro do governo federal, estadual e municipal, por duas oportunidades servidores da Santa Casa chegaram ameaçar de paralisar os serviços por falta de pagamento.

despesas santa casa
Até dezembro de 2021, Santa Casa de Corumbá recebeu mais de R$ 13 milhões somente em repasses para combate da covid-19

Sem transparência

A falta de transparência com os recursos recebidos pela Santa Casa de Corumbá já foi alvo de uma recomendação do Ministério Público Federal que solicitou a devida instalação e divulgação dos repasses, receitas e despesas da unidade. (Confira a íntegra da recomendação AQUI).

A recomendação foi feita há mais de um ano, e apesar da unidade manter um site institucional, o link destinado a “Transparência”, opera de forma genérica, apresentando os recursos recebidos (parte deles) e sem determinar datas e quantidades dos materiais e serviços adquiridos e que são apresentados na forma de despesas durante o período da pandemia.

A publicação se faz ainda de forma precária, sem atualizações periódicas e com informações incompletas feitas por postagens de cópias de uma folha A4 que não consta sequer assinatura dos responsáveis.

Em setembro de 2020, a reportagem do Folha MS chegou a protocolar junto a administração da unidade, um pedido de informações referente ao uso dos repasses feitos com recursos destinados para o combate da covid-19, mas até o momento nenhuma resposta foi enviada.

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Reportagem protocolou pedido de informações que, assim como o pedido do MPF foi ignorado

Apesar da resistência por parte a unidade em cumprir a recomendação do Ministério Público referente a implantação da transparência na unidade, o órgão fiscalizador não se manifestou (pelo menos publicamente), sobre o fato.