Corumbá (MS)- A cobrança de uma dívida estimada em R$ 1 milhão de reais, que segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Mato Grosso do Sul (SIEMS), a Santa Casa de Corumbá possui com os profissionais de enfermagem da unidade, motivou o envio de uma carta endereçada ao prefeito de Corumbá Marcelo Iunes e vereadores do município.
Segundo as informações da SIEMS, apesar de possuir uma determinação judicial emitida em 2012, a Santa Casa de Corumbá, deve, mas não paga a referida dívida. O órgão relata que desde a decisão os profissionais precisam voltar acionar a justiça para terem seus direitos creditados nas folhas de pagamento.
Ocorre que, nestes casos, as contas do hospital são bloqueadas por decisões judiciais como garantia até o pagamento do acordo. Com objetivo de evitar uma nova ação e consequente bloqueio dos valores, a categoria teria enviado uma carta ao chefe do executivo e parlamentares do poder legislativo de Corumbá, cobrando uma solução e evitar que o caso terminasse nos tribunais com prejuízo ao atendimento dos munícipes.
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O presidente do SIEMS, Enfermeiro Lázaro Santana, destaca que é um direito líquido e certo da categoria que sempre se mostrou paciente e aberta ao diálogo.
“A Enfermagem está disposta a negociar o parcelamento do valor, até o momento, em todos esses anos, pouco foi pago e os reajustes determinados pela justiça também não foram aplicados aos salários. Existe uma frustração por parte do trabalhador da enfermagem. Além dos profissionais, a população sofre com esse impasse, quando ocorre um bloqueio das contas os reflexos são diretos nos atendimentos e materiais do hospital. Queremos resolver essa situação sem a necessidade de bloqueios”, explica.
A prefeitura municipal é a atual interventora do hospital por isso, o sindicato destaca que é responsabilidade do prefeito e vereadores estarem a par de como a junta Administrativa do hospital tem tratado a enfermagem e a população que necessita dos atendimentos.
Confira AQUI o documento enviado ao prefeito e vereadores
Greve
As dificuldades impostas pela pandemia que se agrava neste momento dentro do estado, têm implicado ainda em uma carga de trabalho física e emocional extremamente mais pesadas a todos os profissionais de saúde.
“A Enfermagem enfrenta momentos extremamente difíceis no combate à Covid-19, perdemos colegas, muitos profissionais foram infectados e o risco de contágio ainda existe entre a categoria. Mesmo assim, todos estão firmes em seus postos, trabalhando com empenho enquanto seus salários estão defasados e ainda por cima seus direitos amparados pela justiça têm sido negados pelo hospital. Por isso, se nem os parlamentares ajudarem nesta questão, será inevitável a deflagração de greve entre a categoria”, ressalta o Enfermeiro.
Em março deste ano, em plena pandemia, o sindicato foi acionado pelos profissionais que denunciaram o atraso até mesmo do pagamento dos salários do mês corrente, além da falta de equipamentos de EPI. Na ocasião a administração solucionou o pagamento dos salários após o município fazer um aporte financeiro à instituição.
A reportagem tenta contato com a administração da unidade e não obteve resposta nesta segunda-feira (7) até a publicação desta matéria.