Sem constar em nenhum relatório de boletins epidemiológicos, as informações sobre altas hospitalares referente a pacientes que são internados devido as complicações da Covid-19, acabam por se perderem em meio as notícias de mortes e o avanço, praticamente desenfreado da pandemia no Brasil.
Este artigo não se trata de nenhuma opinião negacionista da doença que vem dizimando famílias pelo mundo, pelo contrário, é uma forma de reconhecer o trabalho de profissionais que, destemidamente, vem lutando na linha de frente para recuperação dos doentes e até mesmo de fornecer aos que não se recuperaram da ainda desconhecida Covid-19, maior humanidade em seus últimos momentos de vida.
Mesmo em uma cidade como Corumbá, onde, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, se registra um dos maiores índices de letalidade da doença no estado de Mato Grosso do Sul, o árduo trabalho de profissionais da saúde, (Médicos, Enfermeiros, Recepcionistas, Auxiliares de enfermagem, Auxiliares de Limpeza, entre outros), tem evitado que uma catástrofe de proporções imensuráveis, se instale na cidade.
Uma apuração feita pela reportagem do Folha MS, com dados do Núcleo Interno de Regulação da Associação Beneficente de Corumbá, a que tivemos acesso, mostra que, se não fosse o trabalho desses profissionais, a situação certamente estaria muito pior.
Prestes a completar um ano do primeiro caso confirmado notificado da doença na cidade, (que ocorreu no dia 06 de abril de 2020), o município registrou somente no ano de 2020, 777 internações dos quais 586 pessoas se reabilitaram através do atendimento ofertado pelo SUS.
Já nos três primeiros meses de 2021 e diante do avanço da pandemia no país, a cidade registrou 375 internações nos setores, B2 e B3 Covid além do CTI Covid. Neste período, 218 altas foram concedidas aos pacientes que após o restabelecimento, prosseguem o tratamento domiciliar.
Na junção dos dois períodos, 1152 pacientes precisaram de internação para tratamento da covid-19, que obteve margem de recuperação de 74% correspondente a 854 pessoas recuperadas e de alta hospitalar.
Estrutura
O atendimento decorre ainda, mesmo diante de condições adversas enfrentados pelos profissionais, como aumento da escala, e a suspensão do pagamento de adicional aos profissionais que atuam na linha de frente da Covid-19.
Recentemente, funcionários da Santa Casa de Corumbá chegaram a cogitar uma paralisação dos serviços após a unidade que recebeu mais de R$ 13 milhões de reais em repasses federais para combate da Covid-19, atrasar o pagamento relativo ao mês de fevereiro.