A queda de avião registrada na tarde de terça-feira (23) na região da fazenda Barra Mansa, no Pantanal de Aquidauana, a 141 quilômetros de Campo Grande, resultou na morte de quatro homens, o cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, o arquiteto chinês Kongjian Yu, o documentarista Rubens Crispim Jr. e o piloto e proprietário da aeronave, Marcelo Pereira Barros. Nenhum dos ocupantes sobreviveu ao acidente.
A aeronave era um Cessna Aircraft 175, prefixo PT-BAN, fabricado em 1958. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o avião não tinha autorização para operar como táxi aéreo. Equipes do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) se deslocaram até a região, considerada de difícil acesso.
Há indícios de que o piloto tenha tentado uma arremetida antes da queda. Pouco depois, a aeronave perdeu altitude e explodiu ao atingir o solo.
As vítimas

Luiz Fernando Ferraz iniciou a carreira em 2007, na Olé Produções, e dirigiu documentários como Dossiê Chapecó, sobre a tragédia aérea da Chapecoense, indicado ao Emmy Internacional. Ele também esteve à frente de produções como To Wino or To Win, sobre o Al Nassr, e de obras dedicadas a artistas e arquitetos, exibidas em festivais internacionais.
O arquiteto chinês Kongjian Yu, doutor pela Universidade de Harvard e professor em Pequim, era o criador do conceito de “cidades-esponja”, que propõe soluções urbanas para absorver o excesso de chuvas com áreas verdes, reduzindo enchentes. Diretor do escritório Turenscape, atuou em projetos premiados em mais de 70 cidades.
Rubens Crispim Jr., outro cineasta a bordo, fundou a produtora Poseídos, com quase duas décadas de atuação, e participou de documentários, séries e filmes de arte. Trabalhou em plataformas e canais como Discovery Channel, National Geographic, Arte 1, Globo e TV Cultura.
Já Marcelo Pereira Barros, paulista, era o dono e piloto do Cessna. Ele também morreu na queda e deixa dois filhos.