Lenacapavir: novo medicamento injetável reduz em 96% o risco de infecção pelo HIV

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  • Post publicado:30 de novembro de 2024

O lenacapavir, o mais novo medicamento injetável que exige apenas duas aplicações por ano, demonstrou uma eficácia de 96% na prevenção do HIV, conforme estudo publicado no New England Journal of Medicine.

O estudo Purpose-2 acompanhou 3.265 participantes de diversos países, incluindo o Brasil, e reforçou o potencial do medicamento como alternativa para a profilaxia pré-exposição (PrEP).

Um avanço para a prevenção do HIV

A PrEP, que atualmente é oferecida em comprimidos diários, apresenta alta eficácia, mas a adesão ao tratamento contínuo tem sido um desafio. Segundo Colleen Kelley, autora principal do estudo e pesquisadora da Universidade Emory, “ter um injetável eficaz que só é necessário duas vezes ao ano é muito importante para pessoas com dificuldade de manter a adesão às pílulas orais diárias”.

Nos testes, os voluntários foram divididos em dois grupos: o primeiro recebeu o lenacapavir semestralmente, enquanto o segundo utilizou a PrEP oral. Apenas dois casos de HIV foram registrados no grupo do injetável, contra nove no grupo dos comprimidos.

O impacto global do lenacapavir

Apesar de já estar disponível para tratamento de HIV multirresistente, o lenacapavir ainda aguarda aprovação regulatória para uso como PrEP. A farmacêutica Gilead anunciou parcerias com fabricantes para produzir versões genéricas, que poderiam reduzir drasticamente o custo do medicamento, hoje em torno de US$ 40 mil por ano.

Organizações como o UNAIDS celebraram a inovação, destacando que ela pode ser transformadora se acessível a populações de risco. A diretora do UNAIDS, Winnie Byanyima, enfatizou que a velocidade de disponibilização das versões genéricas será crucial para enfrentar a epidemia global.

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Fármaco injetável demonstrou eficácia muito superior aos antivirais administrados como comprimidos

Diferenciando injeção e vacina

Embora eficaz, o lenacapavir não é uma vacina. Ele atua como antiviral, bloqueando a replicação do vírus, e precisa estar presente no organismo para garantir proteção. Vacinas, por outro lado, estimulam o sistema imunológico a criar defesas duradouras contra agentes infecciosos.

Com um custo acessível e ampla distribuição, o lenacapavir tem o potencial de transformar a prevenção do HIV, especialmente em regiões de alta incidência.