Líder do PCC vive há mais de 10 anos em mansões na Bolívia

Apontado como líder do PCC, Sérgio Luiz de Freitas Filho vive em mansões na Bolívia há mais de 10 anos, mesmo na lista da Interpol.
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  • Post publicado:8 de setembro de 2025

Em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como “Mijão”, “Xixi” ou “2X”, leva uma vida cercada de conforto e segurança, apesar de ser considerado pelo Ministério Público o principal integrante do PCC em liberdade. Investigações apontam que ele reside no país vizinho há mais de dez anos, alternando-se entre mansões em condomínios fechados, com muros altos, vigilância armada e infraestrutura de alto padrão.

Documentos obtidos pelo Fantástico e exibido em reportagem pela TV Globo neste domingo, 07 de setembro,  revelam que Sérgio já ocupou ao menos seis imóveis de luxo na cidade, alguns com aluguel próximo a R$ 30 mil mensais. Entre as propriedades, há residências com quadra de tênis, campos de futebol, piscinas e até lago particular. Usando identidade falsa em nome de Sérgio Noronha Filho, ele teria sido enviado à Bolívia por Gegê do Mangue para supervisionar o envio de pasta base de cocaína ao Brasil, consolidando sua ascensão dentro da facção.

Apontado como líder do PCC, Sérgio Luiz de Freitas Filho vive em mansões na Bolívia há mais de 10 anos, mesmo na lista da Interpol.

Natural de Campinas (SP), Sérgio começou a trabalhar cedo, aos 14 anos, em uma metalúrgica, e chegou a ser sócio de uma pequena usinagem. Em 2013, já monitorado por autoridades, foi citado em um alerta do DEA, órgão antidrogas dos Estados Unidos, sobre uma quadrilha que atuava entre Brasil, Paraguai e Bolívia.

No mesmo ano, foi filmado no aeroporto de Viracopos, em Campinas, embarcando para Corumbá (MS) com dois comparsas, de onde pretendia atravessar a fronteira para negociar com fornecedores bolivianos.

Mesmo foragido, circulou livremente pelo Brasil, sendo visto em eventos esportivos, praias e encontros sociais. Em Santa Cruz, mantém uma rotina de festas e encontros com amigos e familiares, aparecendo em vídeos descontraído e sorridente. A cidade também abriga outros nomes ligados ao PCC, como Gegê do Mangue e Paca, assassinados em 2018, e Tuta, preso este ano ao tentar renovar documento falso, acompanhado por seguranças e um policial boliviano.

Autoridades brasileiras afirmam manter cooperação com a Bolívia, mas jornalistas e investigadores denunciam entraves e corrupção que dificultam prisões. Entre 2018 e 2019, o núcleo ligado a Sérgio teria movimentado mais de R$ 1 bilhão de reais. Recentemente, uma foto publicada por um enteado revelou sua presença em um condomínio de alto padrão com lago artificial.

Mesmo incluído na difusão vermelha da Interpol, continua em liberdade, reforçando a percepção de que a Bolívia se tornou um refúgio para líderes do crime organizado.

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