O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) deflagrou nesta terça-feira, 25 de março, a Operação Discrimen para apurar a prática de injúria racial por meio de um perfil comercial no Instagram.
A ação, coordenada pela 67ª Promotoria de Campo Grande e pela Unidade de Crimes Cibernéticos, investiga publicações com conteúdo étnico-discriminatório que atacaram uma vítima identificada.
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A investigação partiu de uma denúncia registrada por uma pessoa que relatou ofensas racistas publicadas em um perfil anônimo.
Durante as diligências, os promotores descobriram indícios que ligam o perfil a uma professora universitária com doutorado em estudos sobre a influência de línguas africanas no português falado em comunidades quilombolas.
A contradição entre a linha de pesquisa acadêmica e as supostas ações discriminatórias chamaram a atenção das autoridades.
O nome da operação — Discrimen — deriva do latim e significa “separação” ou “discriminação”, refletindo a natureza do crime. Segundo o MPMS, o caso expõe a violação da dignidade humana e da igualdade racial, princípios protegidos pela Constituição. “O ambiente digital não é terra sem lei. Práticas de ódio serão combatidas com rigor”, destacou a instituição em nota.
A docente suspeita ainda não foi formalmente identificada, e as investigações buscam confirmar a autoria das postagens. O perfil utilizado teria compartilhado mensagens ofensivas por meses, segundo rastreamento feito pela equipe de inteligência do MP.