PF indicia três militares com ligações a Mato Grosso do Sul em plano golpista

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A Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas por planejarem golpe de Estado de maneira a manter o ex-presidente no poder, após a derrota nas urnas em 2022. General que mora em Campo Grande e coronéis que passaram por Mato Grosso do Sul estão entre os apontados como participantes da trama.

O coronel reformado Laércio Vergílio, 69 anos, que se aposentou com o posto de general-de-brigada, negou em interrogatório, na sede da PF em Campo Grande, em 22 de fevereiro deste ano, que tenha feito parte de plano para dar golpe de Estado com direito à prisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.

Alvo da Operação Tempus Veritatis, o oficial do Exército é natural de Adamantina (SP), mas mora no Bairro Buriti, em Campo Grande. Ele teve a casa vasculhada pela PF no dia 8 de fevereiro por ser suspeito de fazer parte de “ala militar” que tinha a intenção de tomar o poder após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O relatório da PF também aponta o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto como um dos articuladores de um suposto golpe. Preso nos Estados Unidos no dia 8 de fevereiro, até janeiro de 2022, ano da eleição presidencial, o coronel comandou o 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado, “Regimento Antônio João”, na cidade de Bela Vista, em Mato Grosso do Sul, passando o posto para o tenente-coronel Kenji Alexandre Nakamura.

O terceiro militar que tem ligações com Mato Grosso do Sul e está na lista dos indiciados é o tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliére de Medeiros. Não há confirmação que ele ainda atue em Mato Grosso do Sul, mas em 2022, o militar foi processado pela Prefeitura de Campo Grande por dever IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de imóvel na Capital.

A Polícia Federal acusa os 37 investigados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Além de Bolsonaro, também estão entre os indiciados estão o general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa derrotada com Bolsonaro em 2022, e o general Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional durante o governo do ex-presidente.

O indiciamento acontece quando uma investigação considera ter provas suficientes contra alguém. Agora, cabe à PGR (Procuradoria Geral da República) oferecer denúncia contra os acusados na Justiça.