Família busca por justiça após mais uma morte de recém-nascido na maternidade de Corumbá

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  • Post publicado:15 de março de 2024

Corumbá MS – A família de Luana Guimarães, 28 anos, está em luto e buscando justiça após a morte de seu bebê na Maternidade da Santa Casa de Corumbá, na última terça-feira (12). A gestante, que estava grávida de oito meses, perdeu o bebê Teo, supostamente devido à negligência e demora no atendimento da equipe médica.

Este caso se soma a outros que já vinham sendo denunciados na cidade. A frequência se óbitos de bebês recém-nascidos e até de gestantes na unidade, que já vinham sendo denunciadas pelos pacientes, chamou a atenção do deputado federal Geraldo Resende (PSDB), que inclusive acionou o Ministério Público Estadual (MPE) para investigar a situação da saúde pública em Corumbá e cobrar do prefeito Marcelo Iunes (PSDB) medidas para melhorar a qualidade do atendimento.

Falta de estrutura coloca vidas em risco

A família de Luana relata que a gestante foi internada no dia 8 de março com quadro de febre sem causa definida e sangramento. Apesar da gravidade da situação, a equipe médica teria optado por esperar, ao invés de realizar o parto prematuro ou transferir Luana para um hospital com UTI Neonatal em Campo Grande.

maternidade

Conforme relatou à reportagem do Folha MS, a irmã de Luana, conta que a gestante permaneceu com dores e sentindo contração, mas apesar dos relatos da gestante, não optaram por fazer nenhuma intervenção e só foram agilizar algum atendimento, no dia seguinte quando a criança já estava morta.

Michele Guimarães, irmã de Luana, critica a postura dos médicos e afirma que a morte de “Teo” nome já escolhido pela família que aguardava ansiosa a chegada do bebê, poderia ter sido evitada.

“É a terceira vez que minha irmã veio em busca de atendimento, sabiam que ela tinha uma gravidez de risco, e mesmo reclamando de dor, com sangramento e contrações, não fizeram nada a não ser esperar. Um dia antes ouviram o coração do bebê, ele estava vivo, mas deixaram a situação piorar e so fizeram alguma coisa quando o bebê já estava morto, acabaram com a vida da minha irmã”, desabafou.

A família está buscando justiça e cobrando providências das autoridades.

Deputado Geraldo Resende cobra do prefeito Marcelo Iunes medidas para evitar mais mortes

O deputado Geraldo Resende reforça a necessidade de medidas urgentes para garantir a segurança de mães e bebês em Corumbá. “É inadmissível que essas tragédias persistam. É hora de o prefeito Marcelo Iunes prestar contas à população e garantir que medidas urgentes sejam tomadas para evitar mais perdas”, afirmou o parlamentar.

Nota da Santa Casa

Por meio de uma nota, a Santa Casa de Corumbá, responsável pelo atendimento médico dispensada na Maternidade, se manifestou informando que lamenta o óbito da criança, e que teria cobrado informações do corpo clínico responsável pelo atendimento da gestante.

Primeiro, externamos nosso profundo pesar pelo óbito do bebê da paciente L. G. R. e expressamos os mais sinceros sentimentos pela perda aos familiares, desejando conforto aos seus corações. Esclarecemos que, em 08/03/2024, a paciente deu entrada na Maternidade do Complexo Hospitalar da ABC com quadro de febre sem causa definida, e após avaliação do serviço de obstetrícia e a realização de exames complementares, permaneceu internada.

Em paralelo ao cuidado dispensado à mãe, foram realizadas toco cardiografias para a verificação da saúde do feto, no entanto, no dia 12/03/2024, na troca do plantão noturno para o diurno, a equipe constatou a falta de batimentos cardíacos do referido. Posteriormente ao diagnóstico de descolamento de placenta e com a presença de útero sangrativo, a parturiente foi encaminhada para a realização de cesariana pelo médico plantonista, tendo sido constatado o óbito fetal.

Ressaltamos que eventuais transferências de pacientes para fora do domicílio de origem acontecem por orientações médicas, e no caso em tela, não houve qualquer motivação pelos profissionais para a solicitação de vaga em outro hospital de referência.

A administração da Santa Casa solicitou esclarecimentos aos médicos que atenderam a paciente, assim como comunicou a Direção Técnica e Clínica para a abertura de eventual procedimento junto à Comissão de Ética.

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