Equipes atuam para proteger área de recuperação de incêndios na Serra do Amolar

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  • Post publicado:1 de fevereiro de 2024

O incêndio florestal iniciado no dia 27 de janeiro continua neste 31 de janeiro na Serra do Amolar. Essa área onde está o fogo não era atingida por chamas desde 2020. O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é quem está atuando diretamente e coordenando ações, com apoio da Marinha do Brasil, Bombeiros de Mato Grosso do Sul e comunidades.

São 14 brigadistas da Brigada Alto Pantanal, mantida pelo IHP, destacados para agir na região. Parte desse grupo faz o combate desde o sábado (27)

Já foram queimados 1.598 hectares na Serra do Amolar. Até dia 30/01, havia 11 focos no território. Depois da chuva na tarde do dia 30/01, esses focos foram reduzidos para 6 focos de incêndio neste dia 31/01, pela manhã.

No período da tarde, as equipes de campo identificaram mais locais com fumaça e estão com atuação direta para reconhecimento da área. Em todo o Pantanal, conforme o Painel do Fogo, neste primeiro mês do ano foram registrados 115 eventos de fogo. Ano passado, foram 28 registros.

Um helicóptero da Marinha do Brasil deu apoio neste dia 31/01 para levar brigadistas em áreas de 1 mil metros de altitude e garantir ações de prevenção com aceiros e proteção a sistemas de comunicação. Eles permitem o funcionamento do sistema de monitoramento do IHP, que usa inteligência artificial para detectar sinal de fumaça e realizar projeções sobre a condição de avanço do fogo. Também garante que as equipes de campo e comunidades possam fazer comunicação com autoridades e a base em Corumbá (MS).

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“A maior dificuldade que nós encontramos aqui é a distância que tem entre Corumbá e a região onde está pegando fogo. Desde o sábado fazemos o combate. Viemos no domingo também e foi quando o fogo subiu o morro. A gente começou a fazer o preventivo desde então, que é não deixar o fogo chegar nas outras áreas também”, explica o chefe da Brigada Alto Pantanal, Manoel Garcia.

Ele ressalta que uma das prioridades e evitar que as chamas cheguem a uma área de 30 hectares, onde há projeto de recuperação. Nesse local, 25 mil mudas foram plantadas ano passado para tentar recuperar território atingido pelo fogo de 2020. Saiba mais neste link.

“Proteger a área de plantio que foi um projeto que a gente começou e as mudas que plantamos estão pequenas e para não deixar o fogo chegar lá. Se o fogo chegar lá, estamos com três equipes. Estão na Serra Negra, Novos Dourados e na Acurizal. Na RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) Acurizal, estão trabalhando na prevenção, para esse fogo não chegar nessa área e também na comunidade pantaneira do entorno”, explica.

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Um pequeno proprietário rural da região pode ter começado o fogo na tentativa de limpar baceiro (vegetação flutuante que pode aglomerar-se de tal forma que cria pequenas ilhas que impedem o acesso a corixos ao longo do rio Paraguai) que estava no acesso para a propriedade. Ele chegou a ser informado sobre o início das chamas, após constatação do caso na central de monitoramento que o IHP possui em Corumbá.

A Polícia Militar Ambiental também foi informada sobre o registro do início do incêndio para atuar na fiscalização.

A Serra do Amolar

A região da Serra do Amolar, que está no Pantanal, no município de Corumbá (MS), compreende um território de grande biodiversidade, é área de Reserva da Biosfera, além de ser um Patrimônio Natural da Humanidade. O território é formado por 80 km de extensão de morrarias que chegam a ter quase 1 mil de altitude. Essa área fica a cerca de 700 km de Campo Grande, a partir de Corumbá e por via fluvial. Só é possível chegar nesse local por ar ou pelo rio Paraguai.

Devido a várias particularidades, incluindo os seus elementos naturais, geográficos e ecológicos, a região tem potencial de abrigar espécies de plantas e animais que são de exclusividade da Serra do Amolar. Por ali, há interações de fatores geográficos, climáticos e ecológicos que criam ecossistemas particulares que não são encontrados em outras partes do Pantanal.

Além disso, trata-se de um território considerado uma barreira natural para o fluxo das águas, que se difere completamente de todo o restante do bioma. Ali existe uma variedade de terrenos e paisagens, áreas com características de Mata Atlântica, de Pantanal, de Amazônia, o que resulta na sua riqueza de biodiversidade.

Sobre o IHP

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002, em Corumbá (MS), atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.

Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área.

Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/. O IHP também integra o Observatório Pantanal.