Determinado e com os ânimos renovados. Assim, o ex-senador da república, ex-ministro de Minas e Energia e atual presidente estadual do Partido Renovação Democrática, Delcídio do Amaral, definiu seu retorno ao cenário político sul-mato-grossense. “Vão ter que me engolir novamente”, brinca, ao mencionar a conhecida frase do ex-técnico da seleção brasileira Zagallo.
Participando de uma rodada de entrevistas em diversas rádios e meios de comunicação da Capital, Delcídio têm enfatizado estar focado em fortalecer o PRD em Mato Grosso do Sul e expandir a legenda nas eleições municipais deste ano.
O ex-senador ressalta que, além disso, reservou tempo para se dedicar a família e ao negócio familiar de pecuária em Corumbá.
“Durante esse processo, dei uma pausa para reorganizar minha vida pessoal e profissional, honrando minha família e o povo do Mato Grosso do Sul. Agora, como diria estou pronto para retomar meu caminho na política e na vida pública”, afirma.
Fusão Partidária
A criação do Partido Renovação Democrática, efetivada em 26 de outubro de 2022, a partir da fusão do Patriota (PATRIOTA) e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). A referida fusão foi homologada pelo Tribunal Superior Eleitoral em 9 de novembro de 2023
“A falta de recursos financeiros do PTB interrompeu nossa campanha, afetando negativamente todas as nossas candidaturas e resultando em um desempenho praticamente nulo do PTB em todo o país”, observa.
A partir de 2023, Delcídio explica que toda a equipe se dedicou à fusão do PTB com o Patriota, resultando no Partido Renovação Democrática (PRD), do qual é presidente regional.
“Agora, com condições mais favoráveis, estamos prontos para um trabalho mais sólido, apresentando nossos projetos e propostas durante este ano e nas próximas eleições”, detalha.
Partido de Centro
Quanto ao trabalho de reestruturação do PRD em Mato Grosso do Sul, Delcídio informa que o cenário político será surpreendido com a janela partidária, após a chegada de um número significativo de pessoas, incluindo vereadores, prefeitos, vice-prefeitos e até políticos no Congresso, que migrarão para o PRD.
“As estruturas políticas atuais são restritivas e não oferecem espaço para aqueles que realmente desejam fazer política de maneira diferente. Se você não faz parte do grupo dominante, fica excluído. Assim, com o surgimento de um novo partido que já possui uma ampla base de filiados, as pessoas estão enxergando uma oportunidade de buscar novos projetos e ideias”, explica.
Delcídio afirma que, em um cenário de polarização política, onde quase existe um monopólio de um único partido e seus aliados, o PRD surge como uma esperança.
“O PRD é um partido de centro, defendendo projetos voltados para o desenvolvimento econômico e social, a tecnologia, a geração de riqueza e emprego, além de sustentabilidade e políticas sociais. O objetivo é sair dessa polarização improdutiva que não beneficia o Brasil. Essa polarização não é exclusiva do Brasil; é um fenômeno global. Geralmente, quando a polarização atinge um certo nível, como estamos observando, ela acaba prejudicando ambos os lados”, lamenta.
Delcídio é Candidato?
Quando indagado sobre os próximos passos nas eleições municipais, Delcídio, destaca que seu foco atual é a estruturação do PRD em Mato Grosso do Sul, mas deixou em aberto uma possível candidatura em Corumbá, sua cidade natal.
“Meu foco inicial será organizar o PRD, e só então decidiremos como abordar as próximas eleições. Corumbá possui um potencial enorme para receber investimentos significativos nos próximos quatro a oito anos, especialmente em áreas como sustentabilidade e redução de carbono, aproveitando sua posição geopolítica única. Mesmo que eu não seja o candidato, o PRD apresentará alguém, pois almejamos um futuro promissor para a cidade, liderado por pessoas com visão de longo prazo e comprometidas em melhorar a qualidade de vida na região”, destaca.
“Mãos Invisíveis“
Delcídio enfatizou a apreensão de determinados setores com a possibilidade do seu retorno à política, tendo enfrentado em Mato Grosso do Sul, o que chamou de “mãos invisíveis“.
O juiz Fábio Nunes de Martino, da 13ª Vara Federal de Curitiba, obedecendo a uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral, ordenou a devolução da ação penal ajuizada pela “lava jato” contra o ex-senador Delcídio do Amaral para a Justiça Eleitoral do Mato Grosso do Sul.
O processo já havia sido enviado para a 8ª Zona Eleitoral de Campo Grande, onde o Ministério Público Eleitoral praticou o chamado by-pass processual: sem qualquer diligência prévia, pediu o arquivamento apenas das imputações que envolvem crimes eleitorais.
Mas finalmente, a justiça prevaleceu, e não foi pouca coisa. Tentaram de todas as maneiras me incriminar. Agora, a justiça do Paraná reconheceu o que me pertencia por direito, transformando o caso Pasadena em uma questão exclusivamente eleitoral, acusação que a própria Procuradoria Geral Eleitoral já se manifestou não haver indícios de nenhum crime.