Corumbá (MS) — O início da paralisação dos profissionais em educação de Corumbá, foi marcada por um ato de protesto realizado nesta segunda-feira, 23 de outubro, na frente do paço municipal.
Com cartazes e palavras de ordem, professores e administrativos, marcaram presença para cobrar as reivindicações da categoria, e dar início ao ato de paralisação dos trabalhos deliberado durante assembleia realizada pelo SIMTED na última semana.
O movimento reivindica melhores condições de trabalho, reajuste salarial e gestão democrática nas escolas.
Segundo Gabriel Omar, presidente do Simted (Sindicato dos Trabalhadores da Educação), a paralisação é uma forma de protesto contra a desvalorização da categoria por parte da prefeitura.
Conforme informações da própria prefeitura, a adesão total ao movimento chegou a 15 escolas municipais. Em outras 15 escolas, a adesão teria sido parcial, segundo o município.
O sindicato, no entanto, afirma que apenas professores convocados não teriam aderido à paralisação. Já na CEMEI Catarina Anastácio e a Escola rural Carlos Cárcano as aulas seguem sem alteração.
Ao Folha MS, Gabriel explicou a princípio a paralisação foi definida para ocorrer nos dias 23, 24 e 25 de outubro. No entanto, após o anúncio da mobilização dos professores, e somente após a indicação da paralisação, é que o município agendou uma reunião com a categoria para esta segunda-feira (23).
“É importante frisar que esta nossa mobilização tem por objetivo, não apenas sermos recebidos, mas que nossas reivindicações, tanto de professores como de administrativos sejam atendidas, portanto, a mobilização está mantida e depois da reunião faremos uma nova Assembleia já em posse do que for apresentado à nossa categoria e então será novamente votado pela continuação ou não da paralisação”, afirmou.
Reivindicações
Ele explica que a administração municipal, reiteradamente, vem descumprindo o direito adquirido dos profissionais de educação no que se refere ao reajuste salarial baseado na sua formação de nível superior, com a data base estipulada para maio, ou seja, há quase seis meses e que até hoje não foi cumprida.
A categoria também afirma que o abono salarial de 4,8% concedido pela prefeitura em 2023 não é suficiente para cobrir as despesas básicas dos profissionais da educação.
Os funcionários administrativos da educação também aderiram à paralisação, exigindo a implementação de um plano de cargos e carreiras que reconheça suas atribuições e competências. Eles esperam que a prefeitura conclua os estudos de impacto orçamentário para o plano poder entrar em vigor ainda em 2024.
Outra questão que motiva a paralisação é a precariedade das condições físicas das escolas municipais. Muitas delas sofrem com problemas de infraestrutura, como falta de ar condicionado, manutenção inadequada e riscos à segurança dos alunos e dos trabalhadores. Os profissionais da educação relatam que muitas vezes precisam pagar do próprio bolso por materiais didáticos e reparos nas escolas.
Por fim, os trabalhadores da educação reivindicam mais participação na gestão das escolas, através da eleição direta de diretores e da inclusão da comunidade escolar nas decisões. Eles denunciam casos de assédio moral e falta de diálogo por parte da administração municipal.