Candidato a presidência do Equador é morto a tiros

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  • Post publicado:10 de agosto de 2023

Fernando Villavicencio, um candidato a presidente do Equador, foi assassinado com três tiros na cabeça depois de sair de um comício em uma escola na cidade de Quito nesta quarta-feira (9), de acordo com a mídia do país.

De acordo com as informações iniciais, três pessoas efetuaram disparos de metralhadoras.

Um dos suspeitos do crime foi morto depois de uma troca de tiros, de acordo com o Ministério Público, afirmou a agência de notícias Reuters.

No último vídeo em que Villavicencio é visto com vida, ele aparece saindo do colégio onde ocorreu o comício cercado por policiais que o ajudam a entrar em um veículo. Antes de fechar a porta, ouvem-se disparos e gritos.

A sede do partido Movimiento Construye, ao qual Villavicencio pertencia, foi atacado por homens armados, de acordo com um texto do grupo em uma rede social.

Villavicencio apareceu em 5º lugar em uma pesquisa publicada pelo “El Universo” na terça-feira. A votação está agendada para o dia 20 de agosto.

Lasso afirma que crime não ficará impune

O general da polícia Alain Luna disse entre os feridos há policiais. Ele afirmou que o incidente é um ato terrorista: “Estamos implementando um bloqueio na cidade, localização e operações básicas de inteligência, para encontrar os responsáveis”.

O atual presidente, Guillermo Lasso, afirmou em uma rede social que o gabinete de segurança vai se reunir para dar uma resposta ao crime.

“O crime organizado chegou muito longe, mas o peso da lei vai cair neles”, disse o presidente.

Ex-jornalista chegou a ser condenado por injúria

Villavicencio tinha 59 anos, era um ex-sindicalista da empresa estatal de petróleo Petroecuador, e depois se tornou um jornalista que publicou histórias em que denunciava que a companhia perdeu milhões de dólares por negócios ruins.

Entre 2021 e 2023, ele foi deputado federal. Ele se declarava defensor das causas sociais indígenas e dos trabalhadores.

O político era um adversário do ex-presidente Rafael Correa –em 2014, quando era jornalista, chegou a ser condenado a 18 meses da prisão porque a Justiça entendeu que ele cometeu injúrias contra Correa.

Ele afirmava que Correa tinha dado ordens para que o hospital da polícia fosse invadido por homens armados (na época, havia uma rebelição de policiais). Ele chegou a ir para o Peru como exilado político.

Villavicencio era casado com Verónica Sarauz e deixa cinco filhos.

Ameaças a autoridades

Na segunda-feira, fuincionários do Conselho Nacional Eleitoral afirmaram que estavam recebendo ameaças de morte –a presidente da instituição, Diana Atamaint, foi quem fez o alerta.

Ela afimrou que os funcionários públicos “estão expostos a essas circunstâncias, não apenas a receber ameaças, mas também à violência política”, como insultos em redes sociais.

Violência no país

O Equador enfrenta, nos últimos anos, a violência ligada ao narcotráfico, que, durante o processo eleitoral, resultou na morte de um prefeito e um candidato a deputado, além de ameaças a um candidato à presidência.

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A criminalidade no país dobrou a taxa de homicídios em 2022, quando a mesma chegou a 25 a cada 100 mil habitantes, enquanto, até junho, era de 18 em 2023.

Há cerca de duas semanas, um prefeito foi assassinado no país.

Eleições antecipadas

O Equador irá eleger um presidente, vice-presidente e os 137 parlamentares em 20 de agosto. O presidente Guillermo Lasso dissolveu a opositora Assembleia Nacional, em maio, para pôr fim à “crise política grave e comoção interna”.

A dissolução, que deu lugar a eleições gerais antecipadas, ocorreu em meio a um julgamento político para destituir Lasso.

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