Covid-19 não é mais uma emergência sanitária global, afirma OMS

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, nesta sexta-feira (5/5), que a covid-19 não é mais uma emergência de saúde pública de importância internacional, que corresponde ao título mais alto de alerta. Especialistas da OMS se reuniram na quinta-feira (4/5) para discutir a mudança de alerta da doença. O status de pandemia, no entanto, permanece.

A organização estima que mais de 15 milhões de pessoas morreram em decorrência da covid-19 no mundo todo. No Brasil, foram mais 700 mil mortos pela doença. “Com grande esperança, declaro a covid-19 encerrada como uma emergência de saúde global. No entanto, isso não significa que acabou como uma ameaça à saúde global. Na semana passada, a Covid-19 ceifou uma vida a cada três minutos – e essas são apenas as mortes que conhecemos”, disse o diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Apesar do anúncio, o diretor-geral da oMS chama a atenção para o fato de que a Covid-19 continua causando mortes no mundo e que há risco do surgimento de novas variantes. “A pior coisa que qualquer país pode fazer agora é usar esta notícia como motivo para baixar a guarda, desmantelar os sistemas que construiu ou enviar a mensagem ao seu povo de que covid-19 não é motivo de preocupação”, ressaltou Tedros.

A mudança de status da doença serve para que os países migrem do modo de emergência para o de gerenciamento. “Enfatizo que esta não é uma decisão precipitada. É uma decisão pensada há algum tempo, planejada e tomada com base em uma análise cuidadosa dos dados. Por mais de 3 anos, os especialistas do Comitê de Emergência dedicaram seu tempo, sua experiência e seus conhecimentos, não apenas para me aconselhar se covid-19 continua a representar uma emergência de saúde global, mas também para aconselhar sobre recomendações para países”, explicou Tedros.

O diretor-geral da OMS também agradeceu a dedicação dos profissionais de saúde do mundo todo. “Em países ao redor do mundo, a OMS trabalhou em estreita colaboração com os governos para traduzir essa orientação em políticas e ações para salvar vidas. Meus colegas trabalharam incansavelmente para levar vacinas e outros suprimentos para mais pessoas com mais rapidez. E eles combateram a desinformação com informações precisas e confiáveis”, disse.

“Em um nível, este é um momento de celebração. Chegamos a este momento graças à incrível habilidade e dedicação abnegada dos profissionais de saúde e assistência; a inovação dos pesquisadores e desenvolvedores de vacinas; as duras decisões que os governos tiveram que tomar diante das mudanças nas evidências e os sacrifícios que todos nós fizemos como indivíduos, famílias e comunidades para manter a nós mesmos e uns aos outros seguros”, acrescentou Tedros.

Momento de reflexão

Segundo Tedros, o anúncio da OMS evoca a necessidade de reflexão, pois a pandemia deixou “cicatrizes profundas no mundo”. “Essas cicatrizes devem servir de lembrete permanente do potencial para o surgimento de novos vírus, com consequências devastadoras. Como comunidade global, o sofrimento que suportamos, as lições dolorosas que aprendemos, os investimentos que fizemos e as capacidades que construímos não devem ser desperdiçados”, destacou o diretor-geral.

A autoridade afirmou ser necessário ampliar os  investimentos e outros esforços, para que a sociedade esteja mais preparada para futuras emergências sanitárias. “Temos as ferramentas e as tecnologias para nos prepararmos melhor para as pandemias, detectá-las mais cedo, responder a elas mais rapidamente e mitigar seu impacto”, definiu.

O diretor-geral ainda destacou a importância de identificar e não cometer os erros que ocorreram na pandemia de Covid-19, como um compromisso com as gerações futuras. “Globalmente, a falta de coordenação, a falta de equidade e a falta de solidariedade fizeram com que essas ferramentas não fossem usadas da maneira mais eficaz possível. Vidas que não deveriam ter sido perdidas foram perdidas. Devemos prometer a nós mesmos e a nossos filhos e netos que nunca mais cometeremos esses erros”, emendou Tedros.

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