Após grudar o olho e outras partes do corpo com uma cola instantânea, uma criança de 2 anos precisou de atendimento médico especializado na rede pública do Distrito Federal, e não conseguiu. O acidente aconteceu na última quinta-feira (16/6), em Ceilândia. Até agora a menina espera por uma cirurgia.
De acordo com a madrinha da criança, Lia Lucena, 54 anos, ninguém entendeu ao certo como a menina conseguiu pegar o produto e passar no rosto. “Eu não sei se a cola espirrou no olho dela ou se ela pegou o tubo e passou, mas grudou tudo imediatamente. Além dos cílios, a cola atingiu as mãos, a roupa e o corpo dela”, disse Lia.
E foi dessa forma que o desespero da família começou. No mesmo dia, a criança foi levada para o Hospital de Base, mas a médica responsável pela área pediátrica disse que não poderia fazer nada para ajudar. “A médica disse para passar Coca-Cola (refrigerante) nas mãos e no rosto, e que a gente fizesse compressa com água morna”, explicou a madrinha da criança.
Mesmo inconformada com a resposta, a família voltou para casa e realizou o procedimento indicado pela profissional. Mas a situação piorou. Na sexta-feira (17/6), o rosto da criança amanheceu inchado. Os responsáveis decidiram procurar o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), porém, a tentativa foi frustrada mais uma vez.
“Por conta do feriado, só tinha um médico atendendo e ele disse que era necessário fazer cirurgia, mas que não poderia realizar o procedimento no Hran. Desta forma, ele escreveu um encaminhamento para o Hospital de Base, e nós voltamos para lá”, comentou Lia Lucena.
Com esperança, a terceira tentativa da família foi de novo em vão. “A médica que nos atendeu disse novamente que era pra esperar, porque até domingo a cola poderia sair por completo do corpo da minha afilhada, mas claro que isso não aconteceu. No sábado, o rosto dela amanheceu inchado e vermelho”, completou a moradora de Ceilândia.
Sem esperança
Após diversas tentativas, a família resolveu levar a criança para um hospital particular. No atendimento, o profissional de saúde que examinou a criança constatou que ela poderia estar com infecção no olho direito, que estava inchado e vermelho, e, por isso, receitou um antibiótico.
Mesmo com o uso do medicamento, os olhos da criança continuam grudados. A família não sabe mais o que fazer. Lia Lucena falou ao Correio que na segunda-feira (20/6) ela retornou com a afilhada ao Hran e ao Hospital de Base, mas nada aconteceu.
“Fomos em dois hospitais hoje e retornamos para casa mais uma vez sem solução. Desde quinta-feira estamos nos deslocando de Ceilândia até o Plano Piloto e ninguém nos ajuda. Procurei a mídia porque não sei mais o que fazer, e minha afilhada está sentindo dor. A cola da pele saiu e das mãos também, com removedor, mas como vamos fazer com os olhos?”, indaga a moça.