Polícia Civil resgata casal mantido em trabalho escravo no Pantanal

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  • Post publicado:16 de maio de 2022

Corumbá (MS)- Policiais do Setor de investigações Gerais da 1ª DP de Corumbá, resgatou nesta segunda-feira, 16 de maio, um casal de 38 e 23 anos, mantidos em condições de trabalho análogas à escravidão, em uma fazenda no Pantanal.

De acordo com o registro policial, um homem de 63 anos e seus dois filhos foram presos em flagrante pelo crime.

Conforme apurado pela autoridade policiais que diligenciaram em investigação até o local, que fica nas margens do Rio Paraguai, o casal foi encontrado trabalhando em condições precárias e insalubres.

Segundo levantamento, os trabalhadores já estariam há dois meses prestando serviços na propriedade e relataram terem acordado um valor de R$ 60 reais por hectare de terra roçada, no entanto, até o presente momento, não teriam recebido nenhuma importância e ainda eram cobrados pelo proprietário o valor de R$ 2 mil reais, segundo ele, proveniente da alimentação fornecida.

As vítimas relataram também que foram alojados em uma habitação sem qualquer tipo de infraestrutura, sendo o primeiro mês de trabalho, obrigados a dividirem espaço em meio a porcos, em um espaço construído apenas com algumas ripas de madeira, sem paredes ou piso vulneráveis a chuvas, vento, frio, sol e entrada de animais.

Os policiais verificaram ainda que o alojamento não possuía água potável, ou qualquer sistema de filtragem, sendo o casal obrigados beberem água diretamente do rio. Sem banheiro, os trabalhadores eram obrigados a fazerem suas necessidades fisiológicas no meio do mato já que não havia vaso sanitário ou chuveiro para o banho que segundo as vítimas, também era tomado com água captada por bacias no rio Paraguai.

Sobre a alimentação, o casal relatou que era entregue pelos filhos do proprietário, mas descontadas do valor a que em tese, teriam direito de receber pelo serviço prestado, no entanto, afirmaram que os “patrões”, já cobravam uma suposta dívida de R$ 2 mil reais.

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Casal foi mantido por um mês em um alojamento dividindo espaço com porcos

Apesar do vultuoso valor cobrado pelo empregador, ambos contaram em depoimento que na maioria das vezes a comida fornecida não era suficiente e por este motivo, várias vezes conseguiram se alimentar através de doações dos vizinhos da propriedade.

Eles relataram que não foram embora devido a dificuldade de acesso ao local e que o transporte para cidade não era fornecido pelos patrões que possuíam embarcação.

Foi afirmado ainda pelas vítimas que a carteira de trabalho jamais foi assinada e que autor de 63 anos, possui um patrimônio de mais de 1.000 (mil) cabeças de gado.

Foi realizada inspeção pela equipe, sendo comprovadas as condições precárias de habitação e trabalho, o qual verificou as condições de trabalho em situação análoga à de escravo. O delegado responsável pela diligência, determinou a prisão em flagrante dos três autores, sendo pai e dois filhos.