Onça resgatada com queimaduras no Pantanal será reinserida na natureza

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Animal foi resgatado durante queimadas que afetaram o Pantanal em 2020
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  • Post publicado:21 de janeiro de 2021

Apelidada carinhosamente como “Onça Joujou”, após dois meses e meio sendo cuidada em Campo Grande pela equipe técnica do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres – Cras, do Imasul, a onça resgatada com queimaduras nas patas pela equipe do Instituto Homem Pantaneiro – IHP, GRETAP e veterinários da Ampara Silvestre, será devolvida em seu habitat, mais precisamente na Serra do Amolar – Pantanal, RPPN Acurizal, no próximo dia 21 de janeiro.

Conforme informações do CRAS, o felino está pesando 87 quilos e todas as queimaduras foram cicatrizadas. Com aproximadamente dois anos de idade, a onça é um macho e foi encontrada em companhia de outra, porém a segunda não sobreviveu.

“Nossa equipe de veterinários do CRAS cuidou deste animal logo após a captura, até que ele estivesse apto a ser devolvido à natureza, com segurança, cumprindo assim nossa missão”, disse a diretora-presidente do Imasul, em exercício, Thais Caramori.

 “Lembramos que a captura das onças no Pantanal contou o apoio de diversas instituições, a quem agradecemos, já que não temos como fazer todo o trabalho sozinhos”, completa. “Veterinários da Cavalaria da Polícia Militar e professores de universidades também foram fundamentais no tratamento adequado dado ao animal”.

onca pintada queimada
Todas as queimaduras do animal foram cicatrizadas

Onça sobrevivente receberá um colar de monitoramento

Antes de ser solta, a onça receberá um colar com sinal GPS e VHF. Conforme explica o médico veterinário do IHP, Diego Viana, e coordenador do projeto Felinos Pantaneiros, com o colar a equipe do Instituto irá monitorar a eficácia da reintrodução do animal na Serra, a partir de análises do padrão de movimentação do animal. “Será a primeira vez que um processo completo de resgate em situações de incêndios, tratamento e soltura, será monitorado dessa maneira no Estado, o que colocará Mato Grosso do Sul como referência para a ciência e conservação no Brasil e no Mundo”, pontua.

O projeto Felinos Pantaneiros na Serra do Amolar, monitora desde 2016 aspectos ecológicos das onças-pintadas e pardas na região. Tanto a onça-pintada (Panthera onca), como a onça-parda (Puma Concolor), são animais da lista vermelha de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Já a Serra do Amolar, foi classificada como área prioritária para a conservação da onça-pintada e faz parte da Jaguar Conservation Unit (JCU) 18, representando como habitat propício para a espécie.

Segundo o diretor do IHP, coronel Ângelo Rabelo, este momento de soltura da onça vai além da ação em si. “Apesar da forma perversa com que o fogo atingiu as áreas em 2020, conseguimos mostrar para o mundo que estamos comprometidos 100% com a missão da instituição, que é de preservar e recuperar o Pantanal, sempre com respeito a história e a cultura local. Inclusive a cultura dos animais”, conclui.

Além do IMASUL, IHP, GRETAP, UCDB e Ampara Silvestre, este processo contou com o apoio do CENAP/ICMBIO e diversos outros parceiros diretos e indiretos que foram cruciais para que escrevêssemos essa importante página na história da conservação no Pantanal.

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