Criança morta pela mãe em MS, foi abusada no dia das crianças pelo padrasto

Você está visualizando atualmente Criança morta pela mãe em MS, foi abusada no dia das crianças pelo padrasto
Menina foi morta e enterrada ainda viva em um buraco no aterro sanitário
  • Autor do post:
  • Post publicado:26 de março de 2020

A Polícia Civil concluiu que o primeiro abuso na menina de 10 anos, morta pela própria mãe em Brasilândia, na região leste do estado, ocorreu no último Dia das Crianças. Ao G1 o delegado Thiago Passos, responsável pelas investigações, disse que o suspeito, inicialmente, negou o crime, porém, depois confessou que ficou sozinho com a vítima quando a mãe e os irmãos dela viajaram para o interior de São Paulo.

“A menina foi violentada no dia 12 de outubro e contou para a mãe assim que ela chegou de viagem. Ela não tomou nenhuma providência. A outra vez nós acreditamos que foi recente. O estupro provavelmente ocorreu horas antes ou dias antes da morte dela, segundo testemunhas e lesões observadas na vítima. E a menina também teria novamente se queixado com a mãe”,

Delegado Thiago Passos

Nessa quarta-feira (25) o homem de 47 anos foi encaminhado para um presídio de Bataguassu, a 335 km de Campo Grande. Já a mãe, que estava em um presídio feminino de Três Lagoas, foi transferida para Corumbá após ameaças e xingamentos por parte de outras detentas, ainda conforme a polícia.

Sobre a conclusão do inquérito, o delegado fala que até a próxima terça-feira (31) pretende encaminhá-lo ao Ministério Público. “É o prazo de 10 dias que eu tenho e será encaminhado. Vai ficar somente a pendência dos laudos periciais”, explicou Passos.

Mãe disse que “estava com muita raiva”

Também questionada sobre o crime, a suspeita de 29 anos, presa por matar e enterrar a própria filha, disse que somente em juízo vai falar o motivo que a levou a cometer tamanha brutalidade, segundo a polícia.

“Ela disse que falaria somente em juízo, mas, de maneira informal, nós gravamos um vídeo e ela narrou como levou a filha até o local, além de dar detalhes de como enforcou, asfixiou e a colocou no buraco. Questionada sobre o motivo, ela disse somente que “estava com muita raiva” e explicará, em juízo, a motivação. Em 20 anos de polícia, nunca vi alguém agir com essa maldade e frieza. Aliás, espero nunca ver de novo”, afirmou na ocasião o delegado.

Conforme a investigação, enquanto a mãe fazia tratamento para dependência química, a menina já esteve em um abrigo. Ao voltar para o convívio da mãe, ela passou a conviver com os irmãos e o padrasto. Ao todo, a suspeita possui quatro filhos, com idade entre 8 a 13 anos. O mais velho, inclusive, teria ajudado a mãe a cometer o delito, ainda conforme a polícia.

A mulher foi autuada em flagrante por homicídio qualificado pelo motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, crime praticado para ocultar outro crime; ocultação de cadáver e corrupção de menor. Ela foi encaminhada para o Presídio Feminino de Três Lagoas. Ela já tinha passagens por tráfico de drogas e furto.

Polícia de MS esteve no local onde a menina de 10 anos foi morta — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Polícia de MS esteve no local onde a menina de 10 anos foi morta — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Entenda o caso

A mulher de 29 anos está presa desde a noite do último sábado (21), em Brasilândia. Segundo a Polícia Civil, a mãe contou que matou a menina de 10 anos porque ela acusava o padrasto de abuso sexual. O irmão da vítima, de 13 anos, foi apreendido. Ele confessou que ajudou a mãe a matar a irmã e que ela foi enterrada viva. “Ela pedia por socorro dentro do buraco”, disse o menino à polícia.

A polícia soube do caso pela própria mãe. Depois de ir três vezes ao local do crime para constatar se a filha estava morta, a mulher procurou a delegacia de Polícia Civil e disse que a menina havia desaparecido após ter sido deixada por ela em uma praça com o irmão. Horas depois, ligou para a Polícia Militar (PM) e contou que havia matado a criança e queria se entregar.

Os policiais então foram ao encontro da mulher, ela falou sobre o que havia acontecido e levou os militares ao local do crime: um buraco perto do lixão do município. Lá, foi encontrado o cadáver da menina, enterrado de cabeça para baixo.

A Polícia Civil e o Conselho Tutelar foram informados e em conversa com o irmão da vítima, ele confessou que havia ajudado a mãe. Ele tinha arranhões nas pernas, o que fez com que fosse levantada suspeita sobre o envolvimento dele.

O adolescente contou aos policiais que a mãe derrubou a filha no chão e passou a enforcá-la com fio elétrico. Na versão do garoto, a irmã pedia por socorro para que não fosse morta. Em seguida, eles encontraram um buraco no chão e colocaram a vítima ainda viva, enterrando em seguida, ficando apenas os pés para fora.

Conforme a Polícia Civil, o médico legista observou, no exame necroscópico, que a vítima apresentava várias lesões pelo corpo, indicando possível ocorrência de tortura. A causa da morte foi asfixia mecânica por compressão do tórax, compatível com o relato do adolescente.

O garoto revelou ainda que a mãe ficou enfurecida porque a irmã havia dito que estava sendo abusada sexualmente pelo padrasto e prometeu matá-la caso continuasse falando sobre o assunto. Em seguida, ela chamou ambos para sair de carro e parou em uma estrada fora da cidade, onde iniciou as agressões e matou a filha.

Participe da lista VIP do WhatsApp do  FOLHA MS e receba as principais notícias no seu celular