Aumentos considerados abusivos, valores irregulares de consumo e outras denúncias de irregularidades que teriam sido feitas sobre a Energisa, concessionária de fornecimento de energia de Mato Grosso do Sul, levaram deputados estaduais e vereadores de Campo Grande a criticarem a empresa e pedirem até a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a concessionária.
O deputado estadual Coronel David (PSL) chegou a encaminhar um requerimento pedindo informações ao Procon-MS sobre reclamações de consumidores que chegaram ao conhecimento do parlamentar. “Recebemos denúncias que envolvem a marcação irregular do consumo de energia em relógios instalados pela empresa e vamos buscar providências para que essa situação se resolva o mais breve possível”, afirmou o deputado.
Além do Procon-MS, o requerimento também foi encaminhado para o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia (Alero), e para a Agência Estadual de Metrologia. A Casa investiga a empresa por meio de uma CPI, por conta de “supressão e troca de medidores de energia sem a devida comunicação ou autorização dos consumidores; cortes de energia nos finais de semana e feriados sem comunicação; e possível adulteração nos medidores retirados e devolvidos, em razão do grande número de reclamações, com o aumento injustificável nas contas”.
Neste sentido, o deputado Renan Contar (PSL) tentou iniciar uma CPI na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS) para investigar a empresa, entretanto o parlamentar conseguiu apenas seis assinaturas (Antonio Vaz-PRB, Neno Razuk-PTB, Lucas de Lima-SD, Renan Contar-PSL e João Henrique-PR, Evander Vendramini-PP), com isso o pedido não foi para frente.
A empresa também foi lembrada na Câmara de Campo Grande, onde vários parlamentares criticaram a concessionária. O vereador Valdir Gomes (PP) afirmou que é sempre abordado por consumidores que tem algum tipo de reclamação a respeito da Energisa. “É difícil mexer contra monopólios. Onde eu vou as pessoas me mostram uma conta de luz com irregularidades”.
Os vereadores chegaram a sugerir que, caso a CPI sugerida na Assembleia não fosse para frente, que a Câmara poderia abraçar a ideia e seguir com a investigação sobre possíveis irregularidades.
ANEEL
Críticas também foram destinadas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que estuda a possibilidade de taxar a energia solar e que fiscaliza as empresas que fornecem energia. “Nós precisamos mudar o modelo das agências reguladoras no Brasil. As agências prestam um desserviço à nação. Elas são coniventes com as atrocidades que eles (concessionárias) fazem. Quem deveria fiscalizar serve de abrigo para aquele que deve ser fiscalizado”, afirmou o vereador Papy (Solidariedade).
Para o dr. Lívio, não há argumentos suficientes para que a Aneel crie uma taxa para a energia solar. “Apenas o argumento financeiro”, declarou.
ENERGISA
Em contato com a Energisa, a reportagem foi informada de que “a informação que está circulando nas redes sociais sobre a aferição dos medidores de energia elétrica registrando acima de 40% teve origem em Rondônia e é fake News”.
A empresa garante que “esse tipo de reação se dá principalmente pelas ações de combate ao furto de energia que visam reduzir o impacto da perda na tarifa, que é elevada naquele estado. A Energisa reafirma que todos os medidores da empresa são aferidos pelo Inmetro e que a qualquer momento, o cliente pode solicitar nova aferição por esse órgão”.