Em três décadas, desmatamento reduz 11% da vegetação nativa do Pantanal

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O desmatamento consumiu 11% das áreas de florestas naturais do Pantanal no Brasil, entre 1985 e 2017. Caracterizado por ser uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta, o bioma perdeu 849.897,12 hectares de sua vegetação nativa em 32 anos.

A área desmatada é maior que o território de Campo Grande, de 809.295,1 hectares.

O Pantanal tinha 7.723.096,56 hectares cobertos por florestas em 1985, reduzidos a 6.873.199,45 hectares até 2017.

As informações são do MapBiomas, iniciativa multi-institucional que reúne universidades, ONGs e empresas de tecnologia e pesquisa o mapeamento anual da cobertura e uso da terra de todo o país. O Instituto SOS Pantanal e a WWF Brasil são algumas das entidades ligadas ao projeto.

Localizado no centro da América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai, o Pantanal tem 65% de seu território em Mato Grosso do Sul e 35% no vizinho Mato Grosso. A área ainda se espalha por Argentina, Bolívia e Paraguai.

O monitoramento proposto pelo MapBiomas também mostra que o corpo d’água do bioma perdeu 39,4% de seu volume. Responsável por 705.055,22 hectares do Pantanal em 1985, rios e lagos agora respondem por apenas 427.301,67 hectares.

O rio Paraguai e seus afluentes, como São Lourenço, Miranda, Taquari e Aquidauana, percorrem o Pantanal e formam extensas áreas inundadas, que servem de abrigo para peixes e também outros animais, como jacarés, capivaras e ariranhas.

O assoreamento do Rio Taquari é um dos principais problemas ambientais no Pantanal. O rio perdeu seu curso natural devido ao assoreamento do leito. Sua recuperação é tema central do debate sobre conservação ambiental no Estado.

Agropecuária

Por sua vez, o uso da terra no Pantanal para o desenvolvimento da agropecuária saltou 171% em três décadas – de 769.354,35 hectares em 1985 para 2.085.319,63 em 2017.

As áreas de pastagem, que há 32 anos respondiam por 768.632,41 hectares, agora representam 2.056.326,16 hectares desta porção do Pantanal.

A maior parte dos solos do Pantanal é arenosa e suporta pastagens nativas, que servem de alimento para herbívoros da região e para o gado bovino.

Segundo Pesquisa Pecuária Municipal divulgada em setembro de 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Corumbá tem o maior rebanho bovino de Mato Grosso do Sul e segundo maior do País, com 1,88 milhão de cabeças.

Outros municípios pantaneiros também contam com rebanhos volumosos, como Aquidauana, com 800,8 mil animais, e Porto Murtinho, com 691 mil cabeças.

Brasil

A evolução da cobertura e uso da terra aponta para uma perda de 11,6% da vegetação nativa em todo o País, proporção quase idêntica ao desmatamento identificado no Pantanal. De 653 milhões de hectares em 1985, florestas e formações naturais não florestais no Brasil foram diminuídas para 577 milhões de hectares até 2017.

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