O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 52% das intenções de votos válidos na disputa da sucessão de Jair Bolsonaro (PL), o que o faria ganhar a eleição que ocorrerá em 2 de outubro no primeiro turno se o pleito fosse hoje.
É o que indica a pesquisa do Datafolha feita nesta quarta (27) e quinta (28) com 2.556 eleitores em 183 cidades. Ela foi contratada pela Folha e está registrada com o número BR-01192/2022 no Tribunal Superior Eleitoral.
A posição de Lula é semelhante à registrada na pesquisa anterior feita pelo instituto.
Como a margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou menos, Lula pode ter tanto 50%, necessitando um voto a mais para liquidar a fatura no primeiro turno, como pode ter mais confortáveis 54%.
Bolsonaro registra 32% dos válidos, mas aqui as atenções vão para os 9% auferidos por Ciro Gomes (PDT), que rejeitou qualquer possibilidade de diálogo no campo da esquerda para tentar firmar-se como opção para quem não quer nem o petista, nem o presidente no Planalto.
Lula tem 52% dos votos válidos no 1º turno, ante 32% de Bolsonaro
Felipe d’Avila 0; Sofia Manzano 0; Leonardo Péricles 0; Eymael 0; Luciano Bivar 0; General Santos Cruz 0
Fonte: Pesquisa Datafolha presencial com 2.556 pessoas com 16 anos ou mais em 183 municípios nos dias 27 e 28 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. A pesquisa, encomendada pela Folha de S.Paulo, está registrada no TSE sob número BR-01192/2022
É um filme já visto em 2018, quando houve um ensaio de aproximação entre Ciro e o então candidato do PT, Fernando Haddad —que substituia a Lula, então vetado da disputa por ter condenação em segunda instância.
Ao fim, mágoas de lado a lado e o pedetista foi para a Europa após ficar em terceiro lugar no primeiro turno. Neste ano, o pedetista queria ser a tal terceira via, mas esbarrou no peso de Lula no campo em que concorre, o da esquerda.
Lula já disse em público, como em entrevista nesta semana ao UOL, que não vai lutar por voto útil, mas esse é um desejo de seus estrategistas. Eles não esperam o apoio de Ciro, mas sim uma migração por gravidade.
O petista já namorou o discurso de que vencer no primeiro turno seria ideal para conter a escalada golpista de Bolsonaro. Até aqui, o eleitor de Ciro não se mexeu —ele segue estável, após ter caído de um patamar usual de 12% para 8%.