A Armazéns Gerais Alfandegados de Mato Grosso do Sul (Agesa) foi a vencedora da licitação para controle do principal porto seco do Estado e um dos mais movimentados do Centro-Oeste. O resultado da concorrência nº 1/2022 da Receita Federal foi publicado nesta quinta-feira (12) no Diário Oficial da União.
A empresa que já administrava o porto há 30 anos agora terá um prazo da nova concessão de mais 25 anos. Conforme o Edital, foram definidas algumas exigências de adequação do movimento comercial, bem como a criação de uma estrutura modal mais eficiente para o transporte ferroviário. Pelo processo a atual estrutura precisará passar de 29 mil m2 para 100 mil m2.
O secretário de Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro) Jaime Verruck, destacou que o Porto Seco de Corumbá é fundamental para o processo de importação e exportação Brasil -Bolívia. “É uma peça fundamental. Tão importante que quando do vencimento do contrato administrativo da Agesa houve necessidade de uma ação judicial para que ele permanecesse operando. Se o Porto não operasse nós teríamos um caos na fronteira do ponto de vista logístico”, relembrou ele, enfatizando que a Receita Federal hoje não teria condições de coordenar todo o fluxo de veículos principalmente na questão de ureia e combustível.
“São cerca de 700 caminhões por dia. A Receita Federal fez um processo permitindo que a Agesa participasse e oferecesse o local dela. Agora nós inserimos uma lógica na época que o Porto Seco deveria ter um ramal ferroviário”, acrescentou.
Ele salientou que o Edital captou esta questão da perspectiva futura e necessidade de um modal ferroviário. “Um outro ponto que inserimos ainda durante a audiência pública é que nós tínhamos que ter um ramal ferroviário. Então necessariamente o local aonde será o Porto pode ser que ele tenha um ramal ferroviário. Essa vai ser uma obra adjacente que eles têm que fazer”, afirmou.
O secretário reafirmou o compromisso do Governo do Estado em avançar na competitvidade da logística dos produtos sul-mato-grossenses. “Nós estamos em Mato Grosso do Sul reestabelecendo a lógica de Porto Seco. Um dos pontos que tínhamos que resolver era Corumbá e agora está resolvida, está licitado, ordenado e a empresa que ganhou tem toda experiência e conhecimento”, destacou.
Produtos
Mato Grosso do Sul é um notório importador de gás natural da Bolívia. No ano passado o Estado importou US$ 1,1 bilhão, sendo 99% de gás natural.
“Somos hoje mais importadores que exportadores. Atualmente vendemos para a Bolívia material de construção, máquinas e equipamentos. E importamos, além do gás que vem pelo gasoduto, a ureia que entra por rodovia. E veja, o Brasil tem uma dependência de ureia do mundo inteiro. Enquanto nós temos uma fábrica de ureia ao lado da Bolívia. Então a ureia tem sido importada, assim como o bora e o borato, matérias primas necessárias pra produção de fertilizantes. E ainda enviamos muito combustível, principalmente gasolina que vem de Goiás”, reiterou.
O Porto Seco de Corumbá possui localização privilegiada pela proximidade com a Bolívia, país que é grande consumidor de produtos do mercado nacional.
A Bolívia é um país com conjuntura macroeconômica estável e amplo potencial de crescimento econômico. A extensão de seu território é de aproximadamente 1,1 milhão de km² e sua população corresponde a cerca de 10,8 milhões de habitantes. Por estar geograficamente situada no centro da América do Sul, é um parceiro privilegiado para o aprimoramento da infraestrutura de integração física regional.