Zelando pela segurança da saúde da população corumbaense, o prefeito Marcelo Iunes decidiu pelo adiamento do Carnaval de rua de Corumbá. O evento, que aconteceria entre o final de fevereiro e início de março, tem como nova data o período de 21 a 24 de abril. Caso a Saúde aponte necessidade, a data de realização poderá ser novamente alterada. O anúncio aconteceu durante reunião na Prefeitura no início da tarde desta sexta-feira, 14 de janeiro.
“Temos um compromisso em garantir a saúde da nossa população. Ouvimos o nosso Comitê de Saúde, que nos apresentou dados sobre o comportamento da covid-19 em Corumbá, suas variantes e também da influenza H3N2. O Comitê do Prosseguir, do Governo do Estado, deixou a decisão para os municípios. Como prefeito, tenho essa autonomia, o Comitê de Saúde nos mostrou que ainda não há segurança e tranquilidade necessária para realização do carnaval agora em fevereiro. Convoquei a Liesco, a Liblocc, a nossa Fundação da Cultura para esta reunião, juntamente com o secretário de Saúde, Rogério Leite, por videoconferência, e nossa secretária- adjunta de saúde, Mariluce Leão. Decidimos que vamos adiar o Carnaval para o período de 21 a 24 de abril, juntamente com o Festival de Pesca, que foi adiado também. Mas, é uma pré-data, se tiver que adiar de novo, nós o faremos”, explicou o prefeito Marcelo Iunes.
O prefeito destacou que o Executivo Municipal prima pela segurança da saúde da população corumbaense e frisou que também se mantem atento à importância do evento para a economia de Corumbá.
“O carnaval é um investimento no município, é a maior festa popular do Centro-Oeste brasileiro. Sabemos da importância da geração de emprego, geração de renda e o fomento para a nossa economia. Gera em torno de R$ 15 milhões em sete, oito dias e gera em média 5 mil empregos, de forma direta e indireta. Movimenta todos os setores da nossa economia. Estamos adiando porque nossa maior preocupação é, e sempre vai ser, a saúde de todos os corumbaenses”, ressaltou Iunes.
O fato de o carnaval de Corumbá ser um evento extremamente popular, com participação maciça do público, dificulta a efetiva fiscalização das medidas de biossegurança.
“O Carnaval no Rio de Janeiro e São Paulo tem o sambódromo, que é um espaço fechado. Dessa forma, têm chance maior de cumprir protocolos de biossegurança. Nossa festa é popular e aberta, o que justifica a dificuldade para a fiscalização”, pontuou o chefe do Executivo corumbaense.
“Também estamos com muitos profissionais de saúde sendo acometidos pelo vírus. Já pensou ficarmos até sem profissionais para trabalhar. Foi uma decisão tomada por todos, foi em conjunto pelo bem de Corumbá. Nossa preocupação é com a saúde da nossa população, claro que temos que pensar na economia, mas em primeiro plano sempre vai ser a saúde dos nossos munícipes”, completou o prefeito Marcelo Iunes.
Participando por vídeo, o secretário de Saúde Rogério Leite disse que “com prudência e responsabilidade, a administração planeja as ações necessárias para manter a segurança de toda a sociedade. O carnaval não é somente cinco dias, diz respeito ao trabalho de toda uma comunidade o ano todo. Famílias que transformam essa força de trabalho em renda. Neste momento, continuamos com a atenção necessária na parte de prevenção, promoção e assistência à saúde de todo o cidadão”.
“É uma decisão sensata do prefeito Marcelo Iunes. No momento está havendo uma crescente e nossa missão é zelar pela saúde do munícipe. Entendemos que o carnaval é uma fonte de renda e a Prefeitura não vai deixar de acolher essas famílias, que têm no evento uma renda. Mas, não podemos deixar de preocupar com a saúde dos nossos munícipes. Foi uma decisão baseada no monitoramento e acompanhamento dos dados da saúde. Não estamos cancelando, estamos adiando. E esse panorama da covid e H3N2, não é só em Corumbá, é no Brasil inteiro”, observou Mariluce Leão, secretária adjunta de Saúde.
Participando da reunião, o diretor-presidente da Fundação da Cultura e do Patrimônio Histórico de Corumbá, Joilson Cruz, afirmou que foi uma decisão bastante lúcida. “Chegamos ao consenso de que é o melhor para todos. A saúde é a preocupação de todos”, ressaltou.
Rashid Arruda Ahmed, presidente da Liga Independente dos Blocos Carnavalescos de Corumbá (LIBLOCC), afirmou que o adiamento foi uma decisão acertada.
“Pensando na importância que tem o Carnaval de rua de Corumbá para a economia e também na saúde da nossa população chegamos ao consenso que a melhor solução é o adiamento”.
O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá (LIESCO), Victor Raphael, destacou a importância cultural e econômica do evento, mas observou que o carnaval precisa de um ambiente sanitário seguro para acontecer.
“O carnaval é a festa popular que mais traz recursos para cidade em termos de circulação econômica. E, é muito importante do ponto de vista cultural pela sua tradição. Então, é necessário que ocorra, mas que ocorra em um momento em que tenhamos segurança sanitária para a população”, finalizou.
O secretário Municipal de Gestão e Planejamento, Eduardo Iunes, também participou das discussões durante a reunião.