Secretaria de Saúde de Corumbá emite nota técnica com orientações sobre a doença mão-pé-boca

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  • Post publicado:30 de novembro de 2021

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde na Fronteira (CIEVS/fronteira) tem recebido notificações da ocorrência de casos de Síndrome Mão-pé-boca (SMPB).

A doença (ou síndrome) mão-pé-boca é uma infecção viral contagiosa, causada por um Enterovirus (Coxsackie A16) que acomete principalmente crianças com menos de 5 anos de idade (mais frequente dos 6 meses a 3 anos), embora possa afetar adultos. Caracteriza-se por lesões na cavidade oral e erupções nas mãos e pés.

A transmissão se dá pela via oral ou fecal, através do contato direto com secreções de via respiratória (saliva), feridas que se formam nas mãos e pés e pelo contato com as fezes de pessoas infectadas ou então através de alimentos e de objetos contaminados. Apesar da pessoa infectada poder permanecer eliminando o vírus nas fezes, após já terem desaparecido as lesões da boca, mãos e pés, o maior risco de contágio ocorre durante a primeira semana de doença.

O período de incubação é de 4 a 6 dias. Geralmente a doença inicia-se com febre. Embora pouco frequente, podem ocorrer casos sem febre. Um a dois dias após o contagio, surgem aftas dolorosas e gânglios aumentados no pescoço. A seguir, surge nos pés e nas mãos uma infecção moderada sob a forma de pequenas bolhas não pruriginosas e não dolorosas, de cor acinzentada com base avermelhada. Essas lesões podem aparecer também na área da fralda (coxas e nádegas) e eventualmente podem coçar. Na maioria dos casos, a doença evolui de forma benigna, com cura espontânea após 7 a 10 dias, sendo pouco frequentes as complicações. É comum que a criança também sinta dores de cabeça e acentuada inapetência.

O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas, localização e aparência das lesões. Em alguns casos, os exames de fezes e a sorologia podem ajudar a identificar o tipo de vírus causador da infecção. É importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças que também provocam estomatites aftosas ou vesículas na pele. Não há tratamento específico. Em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, o tratamento é sintomático com antitérmicos e anti-inflamatórios. Os medicamentos antivirais ficam reservados para os casos mais graves. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta.

Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca.

Medidas de prevenção e interrupção da cadeia de transmissão são importantes:

  • -As crianças e adultos que estiverem com sinais e/ou sintomas da doença não deverão frequentar escolas ou creches até recomendação médica para o retorno;
  • -Lavar as mãos frequentemente com sabão e água, especialmente depois de trocar fraldas e usar o banheiro;
  • -Limpar e desinfetar superfícies tocadas com frequência e itens sujos, incluindo brinquedos;
  • -Evitar contato próximo, como beijar, abraçar ou compartilhar utensílios;
  • -Monitorar locais de maior risco (escolas, creches, clubes entre outros);
  • -Todo o caso da doença deve ser encaminhado ao serviço de saúde para diagnóstico e orientações, quanto ao tratamento e controle; Orientar profissionais de saúde quanto: às medidas de prevenção e controle da cadeia de transmissão, tratamento sintomático e notificação.