Com expectativa de ir a leilão na Bolsa de Valores no segundo trimestre de 2022, o projeto da Nova Ferroeste avançou mais um passo nesta quarta-feira (24) com a entrega do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e também do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) no Ibama.
Em Brasília (DF), os governadores de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, e do Paraná, Ratinho Junior, entregaram os documentos ao presidente do Instituto, Eduardo Bim, e pediram celeridade na liberação da licença ambiental prévia do empreendimento.
Com o estudo e o relatório de impacto em mãos, o órgão ambiental pode aprovar uma licença prévia antes do leilão da Nova Ferroeste, dando mais segurança jurídica e fazendo com que o projeto atraia mais investidores.
“Passando por oito municípios sul-mato-grossenses, o projeto da Nova Ferroeste é estratégico para nós sob o ponto de vista da logística e também da competitividade. No futuro, com a viabilização da ferrovia, o nosso Estado vai diminuir a exportação de commodities e ampliar a exportação principalmente de proteína animal”, destacou Reinaldo Azambuja.
A Nova Ferroeste será um investimento privado, com extensão total de 1.304 quilômetros, ligando a cidade paranaense de Cascavel a Maracaju. Os trilhos da nova malha ferroviária vão entrar em Mato Grosso do Sul pelo município de Mundo Novo e seguirão pelo Estado passando por Eldorado, Iguatemi, Amambai, Caarapó, Dourados e Itaporã, até chegarem a Maracaju.
“Aqui no Estado, a Nova Ferroeste se conecta com a Malha Oeste (de Mairinque-SP a Corumbá-MS), que será relicitada no próximo ano. O objetivo também de trazer a Ferroeste até Maracaju é a capacidade de conexão dessa nova ferrovia com Malha Oeste, trazendo toda uma rede integrada de ferrovia em Mato Grosso do Sul”, completou Reinaldo Azambuja.
No Paraná, o projeto ainda engloba um novo traçado entre Guarapuava e Paranaguá; um ramal multimodal ligando Cascavel e Foz do Iguaçu; além da revitalização do atual trecho da Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava.
Estudo ambiental
O governador do Paraná destacou a importância da participação dos diversos órgãos federais na execução do Estudo de Impacto Ambiental, que é essencial para solicitar o licenciamento. “Os técnicos se aproximaram do projeto, percorreram todo o trecho a ser estudado e acompanharam todas as etapas, nos orientando quais os melhores caminhos”, avaliou Ratinho Junior. Entre os órgãos federais envolvidos no projeto estão o próprio Ibama, a Funai, o Incra e o Iphan.
Membros da bancada federal dos dois estados no Congresso Federal também participaram da reunião de entrega dos documentos. Pelo Mato Grosso do Sul estiveram o senador Nelsinho Trad e os deputados federais Beto Pereira, Bia Cavassa, Dagoberto Nogueira e Vander Loubet. O secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente), Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), também integrou a reunião.
“Destacamos a construção conjunta desse estudo. O Ibama ao longo da formulação esteve conosco em Mato Grosso do Sul e também no Paraná fazendo avaliação dos pontos críticos. É importante trazer o Ibama projeto que eles já têm conhecimento dos principais pontos de impacto ambiental da nova ferrovia”, explicou Jaime Verruck.
Segundo ele, outro ponto ressaltado na reunião é a preocupação para que a ferrovia não passe por áreas indígenas e de unidades de conservação. “E que também tivesse toda uma lógica de cálculo de descarbonização, já que no momento que tira os caminhões e passa para o trem nós temos aí um ganho ambiental significativo”, completou.
Para o Coordenado do Plano Estadual Ferroviário do Paraná, Luiz Henrique Fagundes, essa engenharia simultânea trouxe inúmeras vantagens para o projeto. “O levantamento ambiental contribuiu para escolha do melhor traçado que mitiga ao máximo os danos ao meio ambiente”, avaliou.
“Essa etapa é um marco para o projeto, essa reunião mostrou como os estados do Mato Grosso do Sul e do Paraná trabalham muito bem juntos e veem a Nova Ferroeste como uma solução logística sustentável e essencial para o desenvolvimento dos dois estados”, disse.