Opinião| Sem trabalho, sem convênio e sem aviso prévio

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  • Post publicado:8 de dezembro de 2020

Nunca a expressão “Ser pego de calça curta” fez tanto sentido para os mais de 300 servidores comissionados que foram demitidos pelo prefeito Marcelo Iunes, apenas 15 dias após ser reeleito como chefe do executivo corumbaense.

Mas logo o prefeito, conhecido e “adorado” (ao menos até duas semanas atrás, pelo seu batalhão de comissionados), o cara que enfrentou a justiça para manter no cargo seus apadrinhados, não pensou mais do que uma vez para, logo depois de conseguir seu intento nas eleições municipais, coloca-los no olho da rua.

Nem mesmo os sempre tão ávidos defensores, verdadeiros gladiadores das redes sociais, incansáveis no monitoramento das oportunidades virtuais em apresentar um “bom trabalho” ao chefe foram poupados.

É claro que muitos, para não dizer todos os que foram deixados de lado, ouviram logo depois da exoneração, um sonoro “eu avisei”. Mas se voltassem os olhos aos fatos, não tinha como não enxergar o óbvio, um dia, a “farra”, a “mamata” ou qualquer outro adjetivo atribuído pela população aos que se beneficiaram dos cargos custeados com recursos públicos, iria acabar.

Em ano eleitoral, em plena crise imposta por uma pandemia e os gastos com comissionados ultrapassando a casa dos R$ 3 milhões por mês? Não teria como se sustentar.

A grande decepção, pelo menos em casos que tive contato, é o momento em que tudo isso ocorreu e ainda a falta de um “aviso prévio”.

Foram pegos “de calça curta”, muitos que realizavam tratamento clínico através do convênio do município com a Cassems, relatam a incerteza sobre a continuidade dos cuidados médicos que foram suspensos, de uma hora para outra.

Tratamento interrompido, emprego perdido, justamente no final do ano e em plena pandemia, pensamentos que atormentam a mente de muitos neste momento. Ah se arrependimento matasse hein!

A maior prece feita por todos os que foram convidados a se retirar da prefeitura neste momento é de que a famosa lei de Murphy não entre em ação.

Sim, nada nunca está tão ruim a ponto de não poder piorar. Isso porque existe também a incerteza se o município terá realmente, condições financeiras para arcar com as despesas de pagamento dos direitos trabalhistas de toda esta gente, uma vez que, além dos salários, neste final de ano, o município tem despesas com o pagamento da folha do 13º e fornecedores. A prioridade é sempre para quem ainda continua lá!

Ou será que haverá “unidunitê” para saber quem vai receber e quem vai esperar? Ou será que aquele recurso salvador enviado para o combate ao Covid-19 entrará em campo?

Para saber, só mesmo acompanhando as cenas dos próximos capítulos.