Corumbá (MS)- A Operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta terça-feira (10), que teve como alvos, a casa do Prefeito de Corumbá Marcelo Iunes, o Laboratório que consta em nome do seu irmão e endereços ligados a primeira-dama Amanda Balancieri Iunes, como a Secretaria Especial de Ação e Cidadania e apreendeu documentos para análise, teria, segundo nota do município, causando “estranheza” nos gestores públicos.
Isso porque, segundo as informações repassadas pela assessoria de comunicação do município, a prefeitura entende que a investigação relacionada aos contratos entre o laboratório Citolab com a prefeitura, não apresenta nenhum “fato novo” que justificasse a realização da ação policial, principalmente às vésperas da eleição.
A nota ainda diz que o município tomou conhecimento dos fatos através da imprensa, no entanto, vale ressaltar que a operação ocorre em segredo de justiça e nenhuma informação foi repassada pela PF à imprensa até o momento.
Ao contrário disso, foi o próprio prefeito Marcelo Iunes quem revelou os motivos da operação que ensejou a “visita” de agentes federais nas primeiras horas da manhã em sua casa. Ao deixar o imóvel o chefe do executivo relatou que os policiais estariam a procura de documentos relacionados a empresa Citolab, (hoje em nome de seu irmão) e que já teria sido de propriedade da sua esposa antes de assumir cargo público.
Confira a nota na íntegra:
Sobre a ação da Polícia Federal realizada em Corumbá nesta terça-feira, 10 de novembro, a Prefeitura de Corumbá esclarece que:
Pela imprensa, tomou conhecimento que a investigação é relacionada ao processo de credenciamento do Executivo municipal com o laboratório Citolab. O fato causou estranheza porque o mesmo objeto já foi averiguado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS), sendo arquivado por ambos.
No despacho de arquivamento dos autos n° 01.2018.00006204-5, o promotor Luciano Bordignon Conte afirmou que “as imputações genéricas de que a empresa pertencia de fato à esposa do prefeito e somente estaria registrada em nome de um “laranja” não encontram respaldo em qualquer elemento fático probatório, a não ser nas elucubrações infundadas do representante”.
Já o TCE-MS assegurou que “… temos que o objetivo da Inspeção foi atingido, eis que foram examinadas a legalidade e a legitimidade dos atos sujeitos ao controle desta Corte de Contas e foi avaliado o desempenho na utilização do Credenciamento pela Secretaria de Saúde no atendimento as necessidades de serviço de exames laboratoriais em Corumbá”.
O Tribunal ainda pontuou que “…verificamos que houve o credenciamento de outras empresas (para lotes distintos), e que estas também receberam da mesma forma que a empresa JBA Iunes, ou seja, somando-se o valor do SUS com o valor da complementação aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde, o que corresponde ao valor da Tabela Municipal”.
“Também verificamos que a questão do parentesco dos ex-sócios e do atual com o Prefeito já foi objeto de análise pelo Ministério Público, que arquivou a notícia de fato por entender que inexiste irregularidade”, completou a manifestação do TC/4280/2019.
Mesmo com as decisões do MPE e do TCE-MS, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) suspendeu, em junho deste ano, o credenciamento da Citolab. A Prefeitura apresentou defesa e o processo está tramitando na Justiça Estadual. Desta forma, o Executivo municipal não vê nenhum fato novo que motivasse a operação policial às vésperas do pleito eleitoral, mas ainda assim se coloca à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento que seja necessário.