Corumbá (MS)- A primeira visita do Presidente Jair Bolsonaro a Mato Grosso do Sul depois de eleito, ocorreu na manhã desta terça-feira (18), em Corumbá. O presidente participou da solenidade para inauguração do novo Sistema de Monitoramento Aéreo que deverá reforçar a defesa do espaço aéreo em toda fronteira Oeste do país.

De acordo com a Força Aérea Brasileira, o novo equipamento coloca o sistema de segurança do país em um outro patamar, possibilitando o monitoramento completo de todo fluxo aéreo na faixa de fronteira.

O sistema instalado em Corumbá compõe um dos três radares que serão instalados em Mato Grosso do Sul até o início de 2021. Eles vão auxiliar principalmente o combate ao tráfego clandestino de aeronaves, usadas por narcotraficantes e contrabandistas para ingresso de drogas e armas no país.

“Tenho certeza que o que estamos inaugurando hoje aqui, vai contribuir e muito para reforçar o combate da PF e PRF ao tráfico de drogas, que não coincidentemente este ano vem batendo todos os recordes de apreensão de ilícitos nas fronteiras brasileiras” disse o presidente.

As ações de repressão aos crimes fronteiriços já tem sido uma das atribuições da Força Aérea e deve ser intensificada a partir da instalação do Radar em Corumbá-MS.

Segundo dados da Força Aérea Brasileira, somente neste primeiro semestre de 2020, mais de 3,5 toneladas de entorpecentes que saíram da Bolívia, foram apreendidas quando eram transportadas em pequenas aeronaves dentro do espaço aéreo brasileiro. A expectativa é que com o novo sistema haja a inibição do uso desta rota por criminosos ou ainda, que uma quantidade maior de apreensões passe a ser registradas pelas autoridades.

O investimento total da instalação dos radares na região da fronteira Oeste do país é de R$ 127 milhões. As outras cidades que vão abrigar o novo sistema são: Ponta Porã e Porto Murtinho na fronteira do estado com o Paraguai.

Bolsonaro destacou ainda a participação de parlamentares ainda em 2004, quando foi aprovada a legislação de interceptação e abate de aeronaves em voos clandestinos no país.

“Fiz parte da bancada que aprovou em 2004 a lei que regulamentou a interceptação e abate de aeronaves no espaço aéreo brasileiro. Na época o governo queria colocar a responsabilidade sobre os pilotos, geralmente tenentes ou jovens capitães, mas com intervenção dos parlamentares hoje essa é uma atribuição do presidente da República”, concluiu.

Participaram ainda da solenidade, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antônio Carlos Moretti Bermudez, o Diretor–Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, Tenente-Brigadeiro do Ar Heraldo Luiz Rodrigues, A Ministra Tereza Cristina, o Ministro do Gabinete de Segurança Institucional General Augusto Heleno, entre outras autoridades.

Rede de Monitoramento

Um dos principais desafios para manter a soberania e segurança de um país com uma faixa de fronteira com mais de 11 mil quilômetros de extensão é justamente a complexibilidade de cobertura de toda esta área.

A unidade de monitoramento primário e secundário de Corumbá-MS, faz parte de um completo sistema de radares capaz de realizar o controle do espaço aéreo, bem como a vigilância de uma grande área de fronteira com uma vasta variedade de aplicações, entre elas, o combate ao crime organizado, ao narcotráfico e contrabandistas de armas.

As outras duas estações previstas para serem entregues no estado deverão entrar em operação no início de 2021.

As estações utilizam radares primários e secundários, que juntos, têm a capacidade de identificar aeronaves colaborativas e não-colaborativas voando em baixas altitudes. Equipados com funcionalidades como medidas de proteção eletrônica e altimetria, os radares apresentam alto desempenho em precisão e resolução de alvos.

Os equipamentos, cujos alcances variam entre 200 milhas e 250 milhas (aproximadamente 450 km), permitirão uma vigilância aérea mais abrangente, incluindo a detecção de aeronaves de pequeno porte e em velocidades baixas ou nulas, como os helicópteros, ou com velocidades e capacidades de manobras elevadas, como os aviões de caça, que são utilizados pela FAB para interceptações.