Quatro anos após dar início à busca por uma cirurgia no joelho, o aposentado Auro Mendonça, de 70 anos, finalmente passou pelo procedimento graças à atuação da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul. Morador de Campo Grande, ele foi operado neste mês e já está em casa, em processo de recuperação.
Auro sofre de osteoartrite em estágio avançado, além de gonartrose, condição que compromete a cartilagem e limita os movimentos. O tratamento indicado incluía a implantação de próteses nos dois joelhos, mas a falta de recursos financeiros o impediu de realizar as cirurgias na rede particular. Desde 2021, ele tentava viabilizar o atendimento pelo Sistema Único de Saúde, sem sucesso.
A primeira intervenção, no joelho esquerdo, só foi possível após uma decisão judicial conquistada pela Defensoria Pública, ainda em 2023. Com a determinação favorável, o procedimento foi feito e, segundo a esposa, Suely Mendonça, a recuperação ocorreu sem intercorrências.
Já a cirurgia no joelho direito enfrentou novos entraves. Diante da recusa do Estado em custear o procedimento pelo SUS ou viabilizá-lo na rede contratada, a Defensoria acionou novamente o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, dessa vez pedindo o sequestro de verbas públicas — instrumento jurídico que obriga o poder público a cumprir obrigações mediante bloqueio de valores.
A Justiça estadual acolheu o pedido, permitindo o repasse necessário para a realização da segunda cirurgia. O valor foi liberado diretamente na conta de Auro Mendonça, o que viabilizou a conclusão do tratamento recomendado desde o início.
Atuaram no caso os defensores públicos Fabrício Cedro Dias de Aquino, Hiram Nascimento Cabrita de Santana, Nilton Marcelo de Camargo e Olga Lemos Cardoso de Marco. Em nota, o defensor Hiram Santana lembrou que o procedimento solicitado faz parte da lista de atendimentos obrigatórios do SUS e, portanto, a negativa de cobertura era indevida.