A Polícia Militar Ambiental (PMA) reforça o alerta de que animais silvestres não são animais de estimação e orienta a população sobre como agir corretamente ao encontrá-los em áreas urbanas. O órgão destaca que nem sempre o recolhimento é necessário e, em muitos casos, a melhor conduta é não interferir na movimentação do animal.
Um episódio recente ilustra a situação. Em um salão de beleza no centro de Campo Grande, um gambá foi encontrado dentro de um balde na área de serviço. Sem ferimentos, o animal estava acuado e não conseguia sair do local. A PMA foi acionada para realizar o resgate, evitando riscos tanto ao animal quanto às pessoas presentes.
“Esses animais têm hábitos noturnos e, muitas vezes, apenas buscam alimento. Se não estiver ferido ou em risco, o ideal é não tentar capturá-lo nem assustá-lo”, explica o sargento Wagner da Silva Azevedo, da PMA. Ele também destaca que alimentar animais silvestres é crime ambiental, e o contato direto pode provocar reações defensivas, como mordidas.
🔍 Quando a PMA realiza o resgate
A PMA atende ocorrências quando:
- O animal está ferido ou doente
- Encontra-se em locais de risco, como comércios, vias públicas ou residências, sem conseguir sair
- Representa perigo para si mesmo ou para a população
Em situações de ferimento, os animais são encaminhados ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) para tratamento e, posteriormente, reinserção no habitat natural.
📊 Ocorrências em números
Entre janeiro e 30 de junho de 2025, a PMA atendeu 1.513 ocorrências com fauna silvestre na Bacia do Paraguai. Desse total:
- 277 animais estavam saudáveis
- 158 apresentavam ferimentos
- 53% das ocorrências envolviam aves
Na capital Campo Grande, foram 559 ocorrências, com destaque para:
- 176 animais resgatados sem ferimentos
- 131 feridos
- Aves representaram 59% dos casos, seguidas por mamíferos (24%) e répteis (17%)
Cerca de 20% das ocorrências não exigiram captura.
❌ Animal silvestre não é pet
A PMA reforça que a tentativa de transformar um animal silvestre em pet, mesmo que ferido, é ilegal e prejudicial à saúde do animal e à segurança das pessoas. “O contato, mesmo que com boa intenção, pode causar estresse ao animal ou provocar reações de defesa”, explica a corporação.
Além disso, oferecer comida aos animais silvestres é proibido por lei. A prática pode desestabilizar seus hábitos alimentares, facilitar a dependência de humanos e aumentar o risco de acidentes.
🏘️ Prevenção em áreas urbanas
Aparições de animais silvestres são comuns em regiões próximas a reservas naturais, córregos e rios, onde fauna e população convivem de forma mais próxima. Para evitar atrair esses animais, a orientação é não deixar ração ou alimentos expostos nos quintais.
O período de reprodução de aves, especialmente entre setembro e novembro, também aumenta o número de aparições, principalmente de filhotes que ainda estão aprendendo a voar. Nem sempre será necessário interferir — por isso, a PMA deve ser consultada antes de qualquer ação.
🐍 Casos inusitados registrados pela PMA
A PMA já atendeu ocorrências curiosas envolvendo répteis:
- Sucuri filhote encontrada no filtro de ar de um veículo no bairro Parque Novo Século
- Cascavel de 80 cm capturada dentro de loja de utilidades na Av. Costa e Silva
- Jiboia com dois metros resgatada de um quintal no Residencial Búzios
Também há registros de animais localizados em forros, telhados ou espaços de difícil acesso. A PMA realiza a captura, mas não realiza desmontes de estruturas — essa responsabilidade é do proprietário do imóvel, que deve contratar profissionais especializados.
📞 Como proceder:
- Ao encontrar um animal silvestre vivo, ligue para a PMA
- Não toque, não alimente e não tente capturá-lo
- Em caso de animal morto, o recolhimento em Campo Grande deve ser solicitado à Solurb, empresa de limpeza urbana. No interior, o serviço varia conforme o município.