Campo Grande (MS) – O pacote de obras lançado na última sexta-feira pelo governador Reinaldo Azambuja, com investimentos em recursos próprios de R$ 4,2 bilhões, levará infraestrutura viária ao Pantanal, uma das regiões mais esquecidas pelos governos anteriores. Mais de 350 km de estradas serão implantados e cascalhados até 2022, integrado os pantanais da Nhecolândia, Paiaguás e Nabileque e beneficiando oito municípios.
Além de garantir acesso o ano todo a regiões isoladas, como o Paiaguás (ao Norte de Corumbá e Coxim), onde se chega apenas por água ou ar, o governador autorizou uma obra considerada emblemática: a implantação do acesso rodoviário ao distrito de Porto Esperança (Pantanal do Nabileque, em Corumbá), com a abertura de uma estrada de 10 km, a partir da BR-262. Na mesma região, será construída a ligação viária com o Forte Coimbra, pela MS-243/BR-262).
“O Reinado Azambuja é o único governador que olhou para o Pantanal, onde estamos produzindo bezerros há 250 anos com toda a dificuldade de acesso”, afirma Luciano Leite, pecuarista e presidente do Sindicato Rural de Corumbá. “Essa integração vai fortalecer a pecuária, com o Pantanal passando a competir com o planalto na produtividade de bezerro, de 40% para 80%. A redução do custo de produção vai gerar mais investimentos”, sinaliza.
Fundersul garante infraestutura
Segundo o dirigente ruralista, o Governo do Estado cumpre seu compromisso com o campo ao destinar os recursos do Fundersul para o setor de logística, vital para escoamento da produção agropecuária. “Pagamos o Fundersul e temos retorno em benfeitorias. Temos uma pecuária secular, somos o município com o maior rebanho (2 milhões de cabeças) do Brasil e nunca tivemos infraestrutura. Mais produção significa aumento de arrecadação de impostos”, frisa.
Também produtor em Corumbá, o empresário Alfredo Zamlutti Junior afirma que foi favorável ao aumento na cobrança do imposto destinado ao Fundersul porque o Governo do Estado está usando os recursos financeiros para atender o setor. “O Reinaldo Azambuja teve a coragem de acabar com o tabu, segundo o qual não se podia abrir estrada no Pantanal. Ele criou novas fontes de renda na região e vai favorecer o turismo ecológico”, disse.
O conjunto de obras anunciado pelo governador inclui a ligação definitiva do Pantanal pela MS-228, estrada que corta os municípios de Corumbá, Aquidauana e Rio Negro. Os últimos 150 km serão licitados em três etapas, uma das quais já em fase de contratação pela Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos). No fim do ano passado, o Estado entregou 40 km cascalhados da entrada, a partir da Curva do Leque (trevo com a MS-184).
Ligação com Mato Grosso
A MS-228 é um dos principais trechos do tronco rodoviário do Pantanal, projetada na década de 1970, com acesso ao centro da Nhecolândia. Mais de R$ 40 milhões já foram investidos na região, com a implantação e cascalhamento de 18,8 km da MS-228, entre a Vazante do Castelo e a Fazenda Imaculada (entroncamento com a MS-427), entre Aquidauana e Corumbá, e 34 km da MS-423, da Serra da Alegria (Rio Verde) a Fazenda Morrinho (Corumbá).
Em outro extremo, a Agesul prepara licitação do primeiro trecho de 50 km, de um total de 150 km a ser implantado, da MS-214, que ligará a isolada região do Paiaguás com a MS-228 e com Porto Jofre (Poconé), em Mato Grosso. O vizinho estado já executa o trecho da MT-060 (Estrada Transpantaneira), entre os rios Cuiabá e Piquiri, na divisa com Mato Grosso do Sul. Neste mês, a Agesul conclui o cascalhamento de um trecho de 22 km da MS-214, em Coxim.
O acesso rodoviário de Porto Esperança com a BR-262 é um sonho antigo da comunidade, que surgiu com a antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), em 1912. Projeto já licitado pela Agesul, a obra vai transformar a localidade em polo turístico. “A estrada vai colocar Porto Esperança no mapa do Estado, levará cidadania e dignidade aos moradores. O governador está de parabéns”, destacou o deputado estadual Evander Vendramini, autor do projeto.