Campo Grande pode enfrentar colapso fiscal em 2026 com gastos de pessoal acima do limite da LRF

No momento, você está visualizando Campo Grande pode enfrentar colapso fiscal em 2026 com gastos de pessoal acima do limite da LRF
  • Autor do post:
  • Post publicado:22 de outubro de 2025

O município de Campo Grande corre risco de entrar em colapso fiscal e administrativo até abril de 2026, caso não adote medidas urgentes para conter os gastos com pessoal. Segundo o Relatório de Gestão Fiscal publicado em 20 de setembro pela Secretaria Municipal de Finanças (Sefin), a gestão da prefeita Adriane Lopes (PP) já comprometeu 57,53% da Receita Corrente Líquida (RCL) com salários, ultrapassando o limite prudencial de 57% e se aproximando do teto máximo de 60% previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Limites e penalidades da LRF

A Lei Complementar nº 101/2000 estabelece que o Executivo municipal não pode gastar mais de 54% da RCL com pessoal. Ao ultrapassar esse índice, o município tem dois quadrimestres para corrigir o excesso. Caso contrário, ficam proibidos:

  • concessão de reajustes salariais;
  • criação de cargos e funções;
  • novas contratações ou concursos públicos;
  • alterações em carreiras que impliquem aumento de despesa.

Se a situação não for revertida, Campo Grande também ficará impedida de receber transferências voluntárias da União e do Estado, contratar empréstimos e poderá ter gestores responsabilizados por improbidade administrativa e crimes fiscais.

Impactos imediatos

O cenário compromete diretamente a negociação da data-base dos servidores em março de 2026, já que qualquer reajuste elevaria ainda mais o índice. O pagamento do 13º salário no próximo quadrimestre tende a agravar a situação. Assim, o funcionalismo pode chegar ao quarto ano consecutivo sem correção salarial, acumulando perdas diante da inflação.

Na prática, a restrição orçamentária pode afetar serviços essenciais:

  • Educação: risco de falta de professores por impossibilidade de novas contratações;
  • Saúde: déficit de médicos e enfermeiros em unidades públicas;
  • Administração: travamento de pagamentos, investimentos e execução de políticas públicas.

Gestão e repercussão política

Especialistas apontam que o problema não decorre de queda de arrecadação, mas de falta de planejamento e controle da folha de pagamento. As medidas de contenção adotadas até agora não surtiram efeito, e os relatórios fiscais mostram piora progressiva.

O desgaste fiscal deve impactar o cenário político em 2026, ano de eleições gerais. Aliados da prefeita Adriane Lopes, que disputarão cargos de governador, senador e deputados, podem enfrentar forte cobrança da população. O tema tende a se tornar central no debate eleitoral, expondo a fragilidade da gestão municipal e do Partido Progressista (PP).

👉 📸 Acompanhe também o Folha MS no Instagram


babybeef