A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou, em carta enviada na última quinta-feira (9) ao ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, que iniciou uma greve de fome em protesto contra o processo de extradição solicitado pelo governo brasileiro.
No documento, a parlamentar afirma que só encerrará a medida caso Nordio rejeite o pedido e a coloque em liberdade. “Por ter certeza absoluta que o senhor não tomou a melhor decisão, começo hoje uma greve de fome que só o senhor pode acabar, negando a minha extradição, o que me colocará em liberdade, que é o correto”, escreveu. Em tom mais duro, Zambelli acrescentou que uma decisão contrária o colocaria “de mãos dadas com o próprio demônio”.
O anúncio ocorre após uma audiência realizada nesta semana na Corte de Cassação da Itália, onde a defesa da deputada recorreu contra decisão da Corte de Apelação de Roma que manteve sua prisão cautelar. Apesar do recurso, a Procuradoria de Justiça italiana emitiu parecer contrário à soltura, reforçando a manutenção da detenção. Zambelli está presa desde o fim de julho na penitenciária de Rebibbia, em Roma, depois de deixar o Brasil antes da conclusão de um processo no Supremo Tribunal Federal (STF).
No julgamento, o STF condenou a parlamentar a 10 anos de prisão pelos crimes de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos. Após a condenação, o governo brasileiro acionou a Itália com base no acordo de extradição bilateral, solicitando que a deputada cumpra pena em território nacional. A decisão final sobre o caso caberá ao Ministério da Justiça italiano, que avaliará os pareceres técnicos e jurídicos antes de se pronunciar.