MPMS investiga vídeo ofensivo contra pacientes do Caps AD em Corumbá

MPMS investiga vídeo ofensivo contra pacientes do Caps AD em Corumbá por suspeita de violação de direitos coletivos.
Ministério Público Estadual em Corumbá
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  • Post publicado:30 de setembro de 2025
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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou um inquérito civil para apurar possível violação de direitos coletivos no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), em Corumbá. A medida foi tomada após denúncia da Secretaria Municipal de Saúde, que relatou a circulação de um vídeo em redes sociais considerado ofensivo à instituição e aos pacientes.

O material divulgado associava o Caps AD a práticas estigmatizantes, sugerindo que o local seria destinado a “loucos” e que os tratamentos envolveriam “choques”. Além disso, os investigados teriam publicado comentários depreciativos em plataforma digital, reforçando estereótipos contra pessoas em sofrimento psíquico.

Base legal e impactos

De acordo com o MPMS, a conduta pode configurar crime previsto no artigo 88 do Estatuto da Pessoa com Deficiência, especialmente por ter sido praticada em rede social. O órgão destacou que as manifestações atentam contra a dignidade da pessoa humana e também podem gerar responsabilização cível por danos morais coletivos.

A promotoria ressaltou que a ridicularização não atinge apenas os pacientes em tratamento por transtornos mentais ou dependência química, mas também compromete a imagem dos profissionais de saúde e do próprio serviço público. O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) prevê pena agravada quando a discriminação ocorre por meio digital.

Providências

O vídeo integral foi encaminhado ao MPMS para análise. Segundo o promotor de Justiça Pedro de Oliveira Magalhães, também foram expedidos ofícios à Delegacia Regional de Polícia Civil e à Secretaria Municipal de Saúde para apuração dos fatos e identificação dos envolvidos.

A Gerência de Atenção em Saúde classificou o conteúdo como irresponsável, destacando que ele prejudica a luta antimanicomial e a reforma psiquiátrica.

Os investigados foram notificados a prestar esclarecimentos no prazo de dez dias úteis. Eles também deverão informar se têm interesse em firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) como forma consensual de resolução.

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babybeef Caps AD em Corumbá

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