O projeto “Spirulina Bioativo Pantanal”, realizado em parceria pelos docentes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Cristiane Meldau de Campos (Peixe Sempre), Tiago Calves (Startup Pantabio) e Michelle Pinheiro Vetorelli, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), conquistou o primeiro lugar no Desafio de Inovação Pantanal Tech 2025. O evento foi realizado em Campo Grande, no último dia 21 de agosto, durante a Ruraltur MS, maior feira de turismo rural do Mato Grosso do Sul.
Conforme a profa. Dra. Cristiane Meldau de Campos, a união das instituições, demonstra o comprometimento dos pesquisadores regionais com a economia circular. “O projeto consolida a parceria entre instituições de ensino como UEMS e UFGD, com empresas privadas como a Startup Pantabio, reafirmando a presença dessas instituições no cenário estadual de inovação, em prol do desenvolvimento agrícola”, afirmou.
Liderado pela professora Michelle Vetorelli, o projeto propõe o uso da microalga spirulina do Pantanal, a Limnospira platensis para a produção de um bioestimulante de solos e plantas, colaborando de forma sustentável para o aumento da produtividade. “Nossa solução é a produção desse bioestimulante sustentável, acessível e regional, compatível com a agricultura orgânica e a produção circular”, explicou
O cultivo e a produção da biomassa úmida e seca da microalga serão realizados, em laboratório, no Centro de Produção de Peixes Nativos do Pantanal em parceria com a startup Pantabio na UEMS, em Aquidauana. “O projeto, ainda está em estágio de desenvolvimento. Nosso plano é implantar tanques de produção para testes em escala ampliada”, contou Calves.

Para o desenvolvimento do produto, validação e implantação no mercado, os pesquisadores receberão R$ 78 mil em incentivo financeiro, os quais serão repassados por meio de bolsas de R$ 6,5 mil mensais, durante 12 meses. O Desafio Pantanal Tech tem como objetivo apoiar startups e projetos de base científica, aproximando a pesquisa acadêmica das demandas do mercado.
O secretário-executivo Ricardo Senna destacou a importância em apoiar as chamadas deep techs — startups que nascem dentro das universidades, com base em pesquisa robusta. “O desafio conecta o conhecimento à prática. É disso que a inovação precisa”, disse.
Em 2º e 3º lugar, respectivamente, ficam os projetos “Smart Seed.IA” – sistema de produção de sementes, que organiza, acompanha e aumenta a eficiência das sementeiras; e “Marmos” – tecnologia para classificar carne segundo padrões internacionais.
Desagio Pantanal Tech
Voltado a pesquisadores, docentes, estudantes de graduação e pós-graduação, membros de Ecossistemas de Inovação e empresários presentes no Estado, o Desafio contemplou as áreas de bioeconomia, biodiversidade, turismo e agronegócio. Ao todo, o desafio recebeu 102 inscrições.
A 2ª edição do Desafio de Inovação Pantanal Tech foi uma realização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), por meio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado (Fundect), em parceria com o Sebrae/MS.