A “Pérola do Pantanal” chega aos 247 anos nesta terça-feira (2) mantendo viva uma história marcada por debates de limites com Corumbá e pela busca de alternativas para fortalecer sua economia. Localizada às margens do Rio Paraguai e completamente cercada pelo território vizinho, Ladário preserva tradições, aposta no turismo e tenta ampliar sua arrecadação com royalties da mineração.
Registros históricos apontam que a cidade foi fundada em 1778 pelo sertanista João Leme do Prado, que instalou seu acampamento em uma área plana para homenagear o então governador da província de Mato Grosso, Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres. Poucos dias depois, era lavrada a ata de criação da Vila de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque, origem de Corumbá. Ladário permaneceu como bairro até 1954, quando se emancipou, reacendendo a disputa judicial por territórios que persiste até hoje.
A revisão de limites já garantiu ganhos expressivos. Parte das áreas de conflito foi incorporada ao município após decisão do IBGE, com base em levantamentos da Agraer. A mudança incluiu dois terços do Bairro Padre Ernesto Sassida, cerca de 800 casas e quatro mil moradores, elevando a receita com a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) para até R$ 800 mil mensais.
Com apenas 354,255 km² e população estimada em 22.425 habitantes em 2025, Ladário enfrenta desafios estruturais. A atual gestão afirma ter herdado dívida de R$ 55 milhões e já quitado metade, prevendo investimentos de mais de R$ 70 milhões até o fim do ano, principalmente em infraestrutura.
Além de abrigar o porto da Granel Química, um dos maiores da hidrovia, o município é polo de pesca esportiva e turismo ecológico, com destaque para a Área de Proteção Ambiental Baía Negra e o pórtico da Marinha.
As comemorações incluem desfile cívico-militar na Avenida 14 de Março, às 17h, seguido de shows de Rodrigo & Thayane e Jads & Jadson. A programação segue com missa na Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, Feira do Peixe e apresentações musicais.
