PF desarticula quadrilha que fraudava o BPC e desviava milhões do INSS

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  • Post publicado:17 de julho de 2025

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (18), a Operação Fraus, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa acusada de fraudar benefícios assistenciais pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O grupo atuava, principalmente, no desvio de recursos do Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas), destinado a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade.

De acordo com as investigações, o esquema pode ter provocado prejuízo superior a R$ 30 milhões aos cofres públicos e operava há mais de dez anos. Entre os envolvidos, estão servidores do INSS, correspondentes bancários e outros profissionais com conhecimento técnico sobre o sistema do órgão.

Mandados e apreensões

A ação ocorreu no estado do Rio de Janeiro, onde foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em cinco municípios: Rio de Janeiro, Armação de Búzios, Cabo Frio, São Gonçalo e Casimiro de Abreu.

Durante as buscas, os agentes apreenderam R$ 74 mil em espécie, veículos, joias, armas de fogo, munições, notebooks, celulares e documentos que reforçam as suspeitas sobre a atuação do grupo.

Fraudes sistemáticas no acesso ao Meu INSS

Segundo a PF, os criminosos usavam acesso indevido a plataformas restritas do INSS, como o aplicativo Meu INSS, para obter dados de beneficiários e solicitar benefícios fraudulentos em nome de terceiros. Um dos líderes do grupo, identificado apenas como “Professor” ou “Rei do Benefício”, era responsável por treinar comparsas na prática das fraudes.

Durante seis meses de apuração, a PF identificou um prejuízo de R$ 1,6 milhão, mas o montante pode ser muito maior. Foram registrados pelo menos 415 requerimentos irregulares do BPC/Loas.

Em muitos casos, os suspeitos nem sequer conseguiam abrir contas bancárias a tempo para receber os valores, o que resultava na suspensão dos pagamentos por ausência de saque.

Impacto direto aos mais vulneráveis

Segundo o delegado Adriano Espindula Soares, da PF em Macaé, o esquema sobrecarregava o sistema do INSS e comprometia o acesso ao benefício por quem realmente precisa. “É possível afirmar que pessoas em situação de vulnerabilidade tiveram seus recursos comprometidos”, declarou.

Ministério da Previdência colaborou com apurações

O Ministério da Previdência Social, ao qual o INSS é subordinado, informou que a investigação teve início a partir de um relatório da Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social (CGINP). A pasta também prestou apoio à Polícia Federal durante toda a operação.

O BPC é um benefício mensal no valor de um salário mínimo (R$ 1.518) destinado a pessoas com 65 anos ou mais, ou com deficiência, que comprovem não possuir meios de prover sua subsistência.

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