A aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu pela primeira vez em 2025, de acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (16). O aumento ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a aplicação de uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras, prevista para entrar em vigor em agosto.
Segundo o levantamento, 43% dos entrevistados aprovam o governo Lula, ante 40% na pesquisa anterior, realizada em maio. Já a desaprovação caiu de 57% para 53%. A pesquisa ouviu 2.004 pessoas presencialmente entre 10 e 14 de julho, com margem de erro de dois pontos percentuais.
Conflito com os EUA fortalece apoio a Lula
O aumento da aprovação se deu, em grande parte, pela repercussão do embate diplomático com os Estados Unidos. A pesquisa revela que 72% dos entrevistados consideram Trump errado por impor tarifas ao Brasil, e 79% acreditam que a medida prejudicará a vida dos brasileiros.
Além disso, 53% apoiam a reação do governo Lula com medidas de reciprocidade comercial, e 57% rejeitam a justificativa de Trump, que alegou “perseguição” ao ex-presidente Jair Bolsonaro para aplicar as tarifas.
Quando perguntados sobre quem está com a razão no embate, 44% apontaram Lula e o PT como os mais corretos.
Economia ainda preocupa, mas há leve melhora
Apesar da melhora na avaliação do governo, os indicadores econômicos ainda são motivo de preocupação para a população. O percentual que acredita que a economia piorou nos últimos 12 meses caiu de 48% para 46%, e os que dizem que ela melhorou subiram de 18% para 21%.
Por outro lado, 80% relatam que o poder de compra caiu em relação ao ano passado, e 56% dizem estar mais difícil conseguir emprego. A expectativa para o futuro piorou: 43% acham que a economia vai piorar (eram 30%), enquanto 35% esperam melhora (eram 45%).
Governo, Congresso e cenário fiscal
O relacionamento entre o governo federal e o Congresso Nacional também foi analisado: 79% dos entrevistados avaliam que o conflito entre os Poderes atrapalha o país.
Sobre a proposta de acordo feita pelo ministro Alexandre de Moraes, para resolver a disputa sobre o IOF, 59% apoiam que o governo aceite a conciliação; 25% preferem que o Planalto mantenha o confronto.
A avaliação geral do governo também mostrou sinais de recuperação: a taxa dos que consideram a gestão ruim ou péssima caiu de 43% para 40%, enquanto os que a consideram boa ou ótima subiram de 26% para 28%.
Tributação e percepção da população
A pesquisa também abordou temas como tributação e gastos públicos. Para 41%, o equilíbrio fiscal deve ser alcançado por meio de corte de gastos, enquanto 40% defendem aumento da arrecadação.
Além disso, 63% apoiam aumento de impostos para os mais ricos, mas 53% rejeitam discursos que contrapõem ricos e pobres, considerando que agravam a polarização política. Outros 38% defendem esse discurso como forma de chamar atenção para privilégios sociais.
Principais preocupações da população
A violência segue como a maior preocupação dos brasileiros, sendo mencionada por 25% dos entrevistados, seguida por problemas sociais (20%), como pobreza e desigualdade.
Apesar da melhora na imagem do governo, 59% dos entrevistados afirmaram não se sentir representados pela atual agenda de Lula, enquanto apenas 34% disseram que se sentem representados.
