PGR pede condenação de Bolsonaro e mais 7 réus por tentativa de golpe de Estado

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  • Post publicado:15 de julho de 2025

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (14), a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A manifestação foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes e integra as alegações finais da Ação Penal 2668 — última etapa antes do julgamento, previsto para ocorrer em setembro.

No documento de 517 páginas, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirma que os acusados devem ser condenados pelos crimes de:

  • organização criminosa armada;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • dano qualificado com violência e grave ameaça contra o patrimônio da União;
  • deterioração de patrimônio tombado.

Somadas, as penas máximas para esses crimes ultrapassam 30 anos de prisão.

Réus do núcleo central

Além de Bolsonaro, integram o chamado “núcleo 1” da trama golpista:

  • Walter Braga Netto, general e ex-ministro da Defesa;
  • Augusto Heleno, general e ex-ministro do GSI;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e deputado federal;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do DF;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e colaborador premiado.

No caso de Cid, a PGR pede a suspensão da pena devido ao acordo de delação firmado com a Polícia Federal.

Papel de Bolsonaro

De acordo com a PGR, Jair Bolsonaro foi o líder da organização e o principal articulador da tentativa de golpe, utilizando o aparato estatal para deslegitimar o processo eleitoral e estimular a instabilidade institucional.

“Com o apoio de membros do alto escalão do governo e de setores estratégicos das Forças Armadas, mobilizou sistematicamente agentes, recursos e competências estatais para propagar narrativas inverídicas, provocar instabilidade social e defender medidas autoritárias”, afirmou o procurador Paulo Gonet.

Próximos passos

Com a entrega das alegações finais pela PGR, o prazo de 15 dias é aberto para a defesa de Mauro Cid apresentar sua manifestação ao STF. Na sequência, as defesas dos demais réus também terão 15 dias para se pronunciar.

Após a conclusão dessa etapa, caberá à Primeira Turma do STF agendar o julgamento, cuja expectativa, nos bastidores da Corte, é que ocorra em setembro.

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