No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta quinta-feira (5), foram anunciados os seis projetos vencedores do Prêmio Criativos Escola + Natureza, promovido pelo programa Criativos da Escola, do Instituto Alana. As iniciativas selecionadas, oriundas de Manaus (AM), Carnaíba (PE), Codó (MA), Estância (SE), Porto Alegre (RS) e Corumbá (MS), representam os seis biomas do país e se destacaram por propostas criativas, educativas e voltadas à preservação ambiental.
A edição de 2025 contou com 1.593 inscrições, mobilizando mais de 60 mil estudantes e cerca de 5.300 educadores de 738 municípios. Cada projeto vencedor receberá R$ 12 mil — sendo R$ 10 mil para continuidade das ações e R$ 2 mil para o educador responsável — e os grupos participarão de atividades ligadas à COP30, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas.
Representatividade dos biomas e foco na transformação local
Entre os temas abordados, estão o reaproveitamento de água, filtragem de resíduos poluentes, valorização de saberes indígenas, defesa de ecossistemas costeiros e conscientização sobre queimadas por meio da arte. A premiação enfatizou o protagonismo dos estudantes e o potencial das escolas como agentes de transformação socioambiental.
Os projetos premiados são:
- Amazônia (Manaus-AM) – “O diálogo com a natureza”: estudantes do Instituto de Educação do Amazonas valorizaram conhecimentos indígenas por meio de vivências, entrevistas e ações educativas, incorporando esses saberes ao currículo escolar.

- Caatinga (Carnaíba-PE) – “Filtropinha”: estudantes da ETE Paulo Freire criaram um filtro com casca de pinha e carvão ativado para tratar a manipueira, resíduo da produção de farinha de mandioca, reduzindo seu impacto ambiental.

- Cerrado (Codó-MA) – “Sistema de Reuso de Água”: alunos do Instituto Estadual de Educação de Codó desenvolveram um protótipo com sensores e energia solar para reaproveitar água dos bebedouros, destinando-a à irrigação e sanitários.

- Mata Atlântica (Estância-SE) – “ECOTECH”: estudantes do Instituto Federal de Sergipe promoveram a preservação de manguezais e restingas, integrando os saberes de marisqueiras e pescadores com ações educativas para valorização da biodiversidade.

- Pampa (Porto Alegre-RS) – “Colocar o coração no ritmo da Terra”: estudantes da Escola Municipal Saint-Hilaire revitalizaram um parque local e denunciaram queimadas ilegais por meio de atividades artísticas inspiradas em autores indígenas e negros.

- Pantanal (Corumbá-MS) – “Queimadas no Pantanal”: estudantes da Escola Polo Sebastião Rolon criaram uma peça teatral sobre os impactos do fogo no bioma, abordando prevenção e mobilização comunitária com linguagem acessível.

Protagonismo estudantil e reconhecimento internacional
De acordo com Fernanda de Andrade, coordenadora do programa Criativos da Escola, a premiação mostra que crianças e adolescentes não só entendem os efeitos da crise climática, como já desenvolvem soluções concretas a partir da realidade de seus territórios. “Esses estudantes enfrentam diariamente as consequências das mudanças climáticas e têm muito a ensinar sobre cuidado, resistência e futuro”, afirmou.
Ana Claudia Leite, especialista do Instituto Alana, destacou o valor simbólico da presença dos premiados em atividades da COP30. “É um chamado à escuta e à ação. Os projetos mostram que a mudança começa nas escolas e nas comunidades”, disse.
Participação diversificada e inclusão
A edição também se destacou pela ampla representatividade: mais de 90% dos projetos inscritos vieram de escolas públicas, com destaque para instituições estaduais (51%) e municipais (33%). Dos projetos submetidos, 468 envolveram estudantes com deficiência. Além dos seis premiados, outras 33 iniciativas foram finalistas, com menções honrosas a mais de 270 projetos de todas as regiões do país.