Balneário em Bonito tem lagoa interditada após ataques de peixes a banhistas

Ataques de peixes
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  • Post publicado:7 de abril de 2025

Uma série de ataques de peixes a frequentadores do balneário Praia da Figueira, em Bonito (MS), levou o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) a suspender temporariamente o acesso à lagoa artificial do local. Segundo registros da prefeitura, ao menos 30 pessoas procuraram atendimento médico neste ano por causa de mordidas de peixes — uma delas chegou a perder parte de um dedo.

A interdição ocorreu após uma solicitação da administração municipal, que relatou ao órgão ambiental o aumento dos casos envolvendo turistas feridos. Conforme o Imasul, a lagoa — principal atração aquática do balneário — permanecerá fechada até que medidas de proteção sejam implementadas.

ataques de peixes em balneário de bonito
Balneário em Bonito tem lagoa interditada após ataques de peixes a banhistas

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A lagoa artificial permanecerá interditada, sendo exigida a instalação de barreiras físicas e educativas para impedir o acesso dos visitantes à água”, destacou o instituto em nota oficial.

A Praia da Figueira é uma propriedade privada bastante visitada por turistas em Bonito, cidade reconhecida como referência nacional em ecoturismo. O espaço possui diversas atrações em terra firme, como trilhas e áreas de lazer, que tiveram o funcionamento liberado após pedido de reconsideração da administração.

Já as atividades aquáticas seguem suspensas. A lagoa foi construída nas proximidades do Rio Formoso e abriga estruturas como mirante, quiosques flutuantes e pontos destinados à observação de peixes.

Segundo a prefeitura, mais de 80% dos casos registrados na cidade ocorreram nesse balneário. Um dos incidentes mais graves envolveu uma moradora local, professora aposentada, que sofreu uma mordida enquanto estava em um dos quiosques. O ataque, ocorrido em 17 de março, causou a perda de parte do dedo da vítima, que foi atendida no Hospital Darci João Bigaton.

dedo arrancado ataques de peixes
Professora teve parte do dedo arrancado após ataques de peixes no local

Tambaqui é apontado como possível autor dos ataques

Segundo a gestão municipal, os relatos indicam que os ferimentos teriam sido provocados, na maioria, pelo tambaqui, espécie amazônica introduzida na lagoa artificial. Essa variedade de peixe possui dentes fortes e, embora seja comumente criada em cativeiro, não costuma apresentar comportamento agressivo.

O pesquisador Diogo Hashimoto, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), observa que o tambaqui é o segundo peixe mais cultivado no país, ficando atrás apenas da tilápia. Segundo ele, o animal se alimenta principalmente de sementes e frutos, não tendo o hábito de atacar pessoas ou outros animais.

Mesmo assim, a presença da espécie em áreas com grande circulação de banhistas vem sendo monitorada. Além do tambaqui, outros peixes como pacu, dourado e matrinxã também foram inseridos na lagoa, compondo o cenário que atrai turistas interessados na fauna aquática da região.

Turismo local monitora adequações e segurança dos visitantes

A Fundação de Turismo de Bonito informou que acompanha os desdobramentos e reforçou a necessidade de adaptar os atrativos turísticos às normas ambientais e de segurança. A expectativa é que o espaço cumpra os requisitos exigidos para retomar integralmente as atividades com segurança.

Bonito é um dos principais destinos de natureza do país e, por isso, qualquer incidente que envolva risco aos visitantes acende o alerta dos órgãos de fiscalização.

Conforme o Imasul, a suspensão parcial da Licença de Operação da Praia da Figueira foi revista, liberando o funcionamento das áreas em terra. No entanto, todas as atividades ligadas à lagoa permanecem suspensas até que as adequações determinadas sejam integralmente cumpridas.