Nesta semana, dois tremores de terra foram registrados em Mato Grosso do Sul. O primeiro ocorreu em Miranda, na madrugada de terça-feira (26), às 2h42, e o segundo foi registrado em Ladário, na manhã de quarta-feira (27), às 9h49. Ambos tiveram magnitude 2,1, conforme dados da Rede Sismográfica Brasileira (RSB) analisados pelo Centro de Sismologia da USP.
Por serem de baixa magnitude, os abalos não foram sentidos pelos moradores das duas cidades. Sismos abaixo de 3,5 passam geralmente despercebidos, sendo detectados apenas por equipamentos especializados.
Em Miranda, distante 208 km de Campo Grande, o radialista Júlio César Silva comentou: “Não percebi nada de diferente, e também não tive relatos sobre isso“. Situação semelhante foi relatada em Ladário, a 426 km da capital.
Fenômeno natural no Pantanal
De acordo com a professora Edna Maria Facincani, especialista em sismicidade do Pantanal e docente da UFMS, esses eventos são comuns na região e não apresentam riscos para a população. “É um fenômeno natural em bacias do Pantanal que estão em processo de formação“, explicou.
Edna, que estuda a atividade sísmica no Pantanal há mais de 20 anos em parceria com o Instituto de Geofísica da USP, destacou que os tremores indicam a atividade das falhas geológicas responsáveis pelo processo de sedimentação da bacia. “Esses sismos liberam pouca energia e só são perceptíveis a partir de magnitude 3“, afirmou.
Contexto geológico
A região do Pantanal, formada por bacias sedimentares, está sujeita a pequenos abalos devido ao deslocamento de falhas ativas. Apesar disso, os fenômenos registrados permanecem dentro da normalidade geológica e não apresentam motivos para preocupação.