A Operação Prometeu, deflagrada pela Polícia Federal para combater queimadas ilegais e grilagem no Pantanal, teve como um dos alvos da ação um servidor da Prefeitura de Corumbá, suspeito de falsificar documentos para regularização fundiária em áreas da União.
Segundo apurações, o funcionário teria emitido guias de Declaração de Uso e Ocupação em nome de três membros de uma família apontada como chefe de um esquema de apropriação indevida de terras. Os documentos, originalmente destinados a assentamentos, foram usados irregularmente para facilitar a criação de fazendas.
Desde junho, incêndios com indícios de ação humana, assolam o Pantanal, superando até mesmo os episódios de 2020. Na última sexta-feira (20), a Polícia Federal cumpriu sete mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal de Corumbá, em áreas utilizadas ilegalmente para pecuária.
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Entre os alvos da operação estava o empresário Fernando Fernandes, que chegou a ser preso em flagrante com uma carabina e munições. Ele foi liberado após pagar fiança de R$ 7.060. Em sua residência, a polícia encontrou a arma municiada e 16 munições não registradas.
Fernando, que atua no ramo de supermercados e arrendamento de gado, foi investigado pela utilização de 6.419 hectares de terras públicas para a criação de gado. Embora houvesse 2.100 cabeças de gado na área durante as buscas, a investigação revelou que cerca de sete mil animais já haviam sido negociados. As autoridades ambientais do Ibama e da Iagro participaram da operação, que resultou no embargo da terra.
A Polícia Federal estima que a exploração irregular da área causou danos ambientais avaliados em R$ 220 milhões. Os envolvidos no esquema devem responder por crimes como incêndio em área de mata, desmatamento, exploração ilegal de terras públicas, falsidade ideológica, grilagem e associação criminosa.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações prosseguem para apurar o envolvimento de outras pessoas no esquema.