O Ministério Público de Mato Grosso do Sul assinou acordo de cooperação técnica com o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) para ampliar o uso de tecnologia no enfrentamento aos incêndios florestais no Pantanal sul-mato-grossense.
O ato oficial com relação ao convênio foi realizado nesta sexta-feira, 5 de julho, na sede do IHP, em Corumbá (MS). O acordo foi assinado pelo Procurador-geral de Justiça, Romão Avila Milham Junior, e no evento foi representado com a presença do Promotor de Justiça Pedro de Oliveira Magalhães, da 2ª promotoria de Justiça de Corumbá. O presidente do IHP, Angelo Rabelo, também assinou o documento.
Pelo acordo, o MPMS passa a ter acesso integral e em tempo real ao sistema de monitoramento Pantera, que é mantido pelo IHP em parceria com a startup Um Grau e Meio. Essa tecnologia utiliza de inteligência artificial para identificar sinal de fumaça e faz o reconhecimento do registro em questão de minutos.
Esse processo contribui para o trabalho de prevenção e combate aos incêndios, pois consegue identificar áreas com fogo em período mais curto que o rastreamento de satélites, que demora horas para identificação.
Atualmente, o sistema Pantera em operação na região do Alto Pantanal, sob a gestão do IHP, possui cinco câmeras instaladas em um território que forma um corredor de biodiversidade e engloba a Serra do Amolar.
No total, essa tecnologia faz o monitoramento para prevenção de incêndios em uma área de até 1 milhão de hectares, que fica ao norte no município de Corumbá (MS), em locais remotos e sem o acesso por estradas. O sistema funciona 24 horas, sete dias por semana.
O Promotor de Justiça Pedro de Oliveira Magalhães destaca que o apoio tecnológico amplia as ações do MPMS. “Esse termo de cooperação firmado tem uma importância crucial no monitoramento em tempo real dos incêndios no Pantanal sul-mato-grossense. A partir desse momento, o Ministério Público Estadual passa a ter acesso a uma tecnologia avançada, que usa inteligência artificial, para identificar início de incêndios.”
O presidente do IHP, Angelo Rabelo, reforça a necessidade de união de forças para atuar na conservação do Pantanal. “O enfrentamento dos desafios para a conservação do Pantanal exige que haja um trabalho irmanado de instituições e a sociedade. O momento é de união para pensarmos na proteção de um Patrimônio Natural da Humanidade.”
O prazo de vigência do acordo de cooperação técnica está válido para os meses de julho a outubro de 2024, período considerado crítico para registros de incêndios florestais por conta da estiagem.
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul atua também por meio do Núcleo de Geotecnologias (NUGEO) para identificar e monitorar os casos de incêndios no Pantanal. No levantamento de cicatrizes de incêndios florestais no Bioma Pantanal para o período de 10 de maio a 10 de junho, 8.836,35 hectares estão localizados no Mato Grosso do Sul, enquanto 3.550,79 hectares foram registrados em país vizinho. Os incêndios atingiram cerca de vinte propriedades rurais no Pantanal Sul-mato-grossense.
Sobre o IHP
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002, em Corumbá (MS), atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.
Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área.
Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/. O IHP também integra o Observatorio Pantanal.