Artesãos de MS vendem mais de R$ 120 mil em peças no 17º Salão do Artesanato, em Brasília

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  • Post publicado:15 de maio de 2024

O artesanato de Mato Grosso do Sul conquistou ainda mais espaço e reconhecimento no 17º Salão do Artesanato – Raízes Brasileiras, realizado em Brasília (DF), entre os dias 8 e 12 de maio. O evento reuniu artesãos e artesãs de todo o país e possibilitou a comercialização de produtos, divulgação e intercâmbio cultural.

Para participar da feira, os artistas sul-mato-grossenses contaram com suporte do Governo do Estado, por intermédio da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul) e Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura). A FCMS foi responsável pela seleção dos artesãos e transporte das peças artesanais até a capital federal. O balanço total foi de aproximadamente R$ 120 mil, referente à venda de 4,6 mil peças, somando-se a comercialização individual e de associações. Ao todo, 120 artesãos de Mato Grosso do Sul foram atingidos diretamente com as vendas.

Os produtos artesanais sul-mato-grossenses se destacaram pela diversidade de materiais e técnicas empregadas, refletindo a riqueza cultural e a identidade do estado.

“Em todas as feiras nacionais, nosso artesanato se destaca principalmente por refletir a fauna, a flora e a rica cultura. Tanto lojistas, quanto o varejo, procuram essa diversidade. Então, o Salão do Artesanato é mais uma grande vitrine para nossos talentosos artesãos, que trabalham arduamente e contribuem significativamente para a identidade cultural do nosso estado”, enfatiza o secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Ferreira Miranda.

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Desde a cerâmica tradicional até o entrelaçar habilidoso das fibras naturais, cada peça carregou consigo a essência da cultura sul-mato-grossense

Eduardo Mendes, diretor-presidente da FCMS, salienta o sucesso da participação do estado no 17º Salão do Artesanato ao divulgar os números alcançados.

“É um feito que evidencia a qualidade e a diversidade dos produtos sul-mato-grossenses, e também impacta positivamente a economia local, beneficiando diretamente 120 artesãos que tiveram a oportunidade de mostrar seus talentos e gerar renda por meio do seu trabalho artesanal”.

Gerente de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da FCMS, Katienka Klain, destaca a autenticidade do artesanato sul-mato-grossense, que se sobressai em feiras nacionais.

“Temos um artesanato muito forte, um dos mais autênticos do país. As técnicas e materiais que utilizamos diferenciam nosso artesanato. A modelagem cerâmica, que reflete a cultura sul-mato-grossense, a população indígena, fauna, flora e a questão pantaneira, é muito procurada. A madeira também reflete toda essa riqueza cultural. São os carros-chefes, tanto a cerâmica quanto a madeira”.

“É através do artesanato que as pessoas conseguem transmitir a cultura para as gerações futuras. A participação em feiras gera renda e incentiva a continuidade dessa cultura. E no aspecto comercial, não é apenas a venda imediata que é importante, mas também o pós-venda, o networking que acontece após o evento, que é muito valioso”, finaliza Katienka.

Leslie Bassi Gaffuri é artesã ceramista há mais de 20 anos e atualmente preside a Uneart (União Estadual dos Artesãos do Estado de Mato Grosso do Sul). Nascida no Paraná, encantou-se pela cultura sul-mato-grossense e hoje faz questão de ressaltar as tradições indígenas por meio de sua arte, principalmente na confecção de bonecas de cerâmica.

Em menos de dois dias de feira, a artesã já havia comercializado todos os seus produtos. “O artesanato é minha fonte de renda. Essas feiras são fundamentais em nossas vidas, porque ocorrem rodadas de negócios, contato direto com o lojista. Trazemos caixas fechadas e felizmente conseguimos fechar negócio com diversos lojistas”, complementa Leslie, que já participou de inúmeras feiras nacionais e internacionais de artesanato, atuando na divulgação da arte e cultura das etnias indígenas presentes em Mato Grosso do Sul, além da prospecção de mercado.

Lucimar Maldonado Silva faz uso de fibras naturais para confeccionar seus produtos e há 15 anos atua como intermediadora comercial, negociando peças de artesãos indígenas, especialmente da etnia terena, em feiras pelo país. “Após participar de diversas feiras, acompanhei toda a evolução da cadeia produtiva do artesanato e vejo a dimensão que o artesanato sul-mato-grossense ganhou. Somos referência em termos de qualidade, de produção, de responsabilidade com a entrega do produto”.

Em feiras com o Salão do Artesanato, em Brasília (DF), as peças artesanais são colocadas em evidência a pessoas e mercados de diversas nacionalidades. “Estamos alcançando não apenas o mercado brasileiro, mas também o mercado internacional. Hoje, por exemplo, já conseguimos colocar os produtos para serem produzidos no Japão. Além disso, participar de uma feira nacional é importante porque traz dinheiro para movimentar a cultura e a economia do nosso estado. O artesanato faz um processo diferente, trazendo dinheiro de fora e injetando na nossa economia. Isso faz uma grande diferença”, explica Lucimar.

De Aquidauana, Kevin Constantino expressa sua criatividade tendo a cabaça como matéria-prima. É por meio do fruto de casca dura e resistente que o artesão confecciona luminárias, porta-talheres e demais recipientes e utensílios domésticos. “Hoje, o artesanato, além de gerar renda, é um momento de inspiração e uma terapia para mim”, confessa.

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Kevin trabalha com artesanato há seis anos e enxerga a arte como terapia em sua vida

Para ele, o Salão do Artesanato foi um espaço de troca de experiências e conhecimentos. “A gente acaba fazendo amizade com artesãos de vários outros estados, trocando informações até mesmo sobre a tipologia, matéria-prima, mercadorias. É de suma importância, porque não trabalhamos só”.